Lula enfatizou a importância de superar a fragmentação política que vem marcando a América Latina, alertando para o avanço do extremismo e a manipulação midiática. Durante seu discurso, ele lamentou o que descreveu como a “balcanização” da região, ressaltando a divisão excessiva e a dependência em relação a interesses externos que afetam o potencial dos países latino-americanos. “A intolerância tem prevalecido, dificultando o diálogo e a colaboração entre diferentes opiniões”, afirmou Lula, destacando que a situação atual requer um compromisso renovado com a unidade e a paz entre as nações.
O presidente também criticou o esvaziamento das cúpulas regionais, que ele considera transformadas em “rituais vazios” sem eficácia real, e advertiu que a segurança na América Latina não deve ser alcançada à custa do desrespeito ao direito internacional. Ao discutir a luta contra o crime organizado, Lula enfatizou a necessidade de cooperação internacional, citando o Comando Tripartite da Tríplice Fronteira, que inclui países como Argentina e Paraguai, e o Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia, recém-inaugurado em Manaus.
Com um olhar voltado para a sustentabilidade, ele dedicou parte de sua fala aos compromissos assumidos na COP30, com ênfase na proteção das florestas tropicais. Lula acreditou que a transição energética é uma “inevitabilidade”, ressaltando que a América Latina possui um enorme potencial para se tornar uma fonte de energia limpa e confiável, diminuindo a dependência de combustíveis fósseis.
Em termos econômicos, o presidente expressou expectativa pela finalização do acordo Mercosul-União Europeia na próxima cúpula do bloco, prevista para dezembro. Ele ressaltou a necessidade de que os países da região criem novas cadeias produtivas, transformando a América Latina de um mero fornecedor de matérias-primas para um ator com maior valor agregado e mais empregos.
A presença de Lula nesta cúpula não apenas reafirma a posição do Brasil como um líder regional, mas também destaca a urgência de uma abordagem unificada face a desafios comuns, como segurança, sustentabilidade e crescimento econômico.









