Lula enfatizou que essa desconexão se reflete na ausência de ações efetivas que beneficiem diretamente os trabalhadores. Ele exemplificou sua argumentação ao mencionar a lei de igualdade salarial entre homens e mulheres, que ainda aguarda regulamentação. A lei, que poderia corrigir desigualdades significativas no mercado de trabalho, enfrenta resistência e burocracia no âmbito legislativo, evidenciando, segundo o presidente, a falta de compromisso dos deputados com as questões sociais.
As declarações de Lula coincidem com uma semana de intensa atividade no Congresso Nacional, onde a Câmara dos Deputados aprovou a controversa Proposta de Emenda à Constituição conhecida como a “PEC da Blindagem”. Esta proposta visa proteger deputados de ações judiciais certas, além de estabelecer urgência para a votação de um projeto de anistia relacionado aos eventos de 8 de janeiro, que envolvem a tentativa de insurreição que ocorreu em Brasília.
O presidente coaduna sua crítica com a observação de que diversas promessas constitucionais, que visam garantir direitos sociais essenciais, permanecem sem regulamentação. “Há uma guerra cotidiana para garantir direitos que deveriam ser inegociáveis. As instituições não têm cumprido seu papel”, comentou Lula, reforçando que muitos deputados não possuem uma vivência da realidade trabalhadora e, por isso, falham em representar adequadamente os anseios da comunidade.
Essas falas de Lula levantam questões cruciais sobre a responsabilidade dos parlamentares e a necessidade de um maior engajamento nas questões que realmente importam para os cidadãos. A crítica contundente do presidente revela não apenas uma insatisfação com a atual dinâmica política, mas também uma convocação à reflexão sobre o papel do legislativo no fortalecimento dos direitos sociais e da igualdade no Brasil.
