Segundo Lula, a operação extrapolou os limites de uma ordem judicial que visava apenas a prisão de suspeitos, reproduzindo um cenário de violência excessiva. “A ordem do juiz era de prisão, não de matança. E houve matança”, enfatizou. Ele defendeu a importância de uma investigação imparcial que não se limite à versão apresentada pela polícia e pelo governo estadual. Para isso, o presidente articulou a inclusão de peritos da Polícia Federal na apuração das circunstâncias que levaram às mortes durante a operação.
Na próxima quarta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) deve realizar uma audiência para discutir o caso, o que pode trazer novos desdobramentos sobre o ocorrido. Lula sublinhou a necessidade de um esclarecimento mais profundo, afirmando que, até o momento, a sociedade só teve acesso à versão oficial que favorece as autoridades envolvidas. “É importante verificar em que condições a operação ocorreu”, disse, ressaltando a urgência de uma elucidação do evento.
Em contraste com a postura do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, que descreveu a operação como um “sucesso” e garantiu que as mortes foram de criminosos, Lula apresentou uma perspectiva crítica. Para ele, a quantidade de vidas perdidas indica falhas graves na estratégia estatal. “Do ponto de vista da quantidade de mortes, alguns podem achar um sucesso. Mas, do ponto de vista da ação do Estado, foi desastrosa”, concluiu o presidente, enfatizando a necessidade de uma reflexão profunda sobre o uso da força policial e suas consequências. Essa situação levanta perguntas importantes sobre a eficácia das políticas de segurança pública e os limites da atuação policial em contextos complexos de criminalidade. A sociedade aguarda, agora, respostas que possam ajudar a evitar que tragédias semelhantes se repitam.
