Ele afirmou que a situação atual poderia evoluir para um “conflito continental e até mais amplo”, sugerindo a necessidade de uma resposta robusta frente às ações dos Estados Unidos. Cabello elogiou o engajamento de Lula e enfatizou a importância de sua postura, pedindo que o presidente brasileiro utilize sua influência para “defender a América Latina” em vez de se submeter às exigências norte-americanas.
Esse diálogo ocorre em um contexto tenso, pois no domingo anterior, Lula teve um encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Durante essa reunião, os líderes discutiram a postura do Brasil em relação à Venezuela, com Lula formalizando uma oferta para mediar as hostilidades.
Além disso, o governo venezuelano denunciou o que considera uma conivência entre Trinidad e Tobago e os EUA, especialmente em relação a exercícios militares que estariam sendo realizados com o apoio do Comando Sul norte-americano. Cabello caracterizou essas manobras como uma clara provocação e uma agressão à soberania venezuelana.
Os Estados Unidos, por sua vez, justificam sua presença na região como parte de uma operação destinada ao combate ao tráfico de drogas. Desde agosto, cerca de 4 mil soldados e várias embarcações estão posicionados nas águas do Caribe, aumentando as tensões com Caracas. Essas tensões se intensificaram após o anúncio de uma recompensa de 50 milhões de dólares por informações sobre o presidente Nicolás Maduro, acusado de liderar um cartel de narcotráfico.
Frente a essas ameaças, o governo Maduro acionou o secretário-geral da ONU, António Guterres, solicitando apoio diante do que é visto como uma ameaça à segurança nacional. Além disso, medidas de mobilização dentro do território venezuelano foram incrementadas para fortalecer as fronteiras e se preparar contra qualquer eventual incursão por parte dos Estados Unidos.
