Lula busca mediar crise entre Venezuela e EUA enquanto Cabello pede apoio regional contra provocações militares no Caribe.

Na última segunda-feira, o ministro das Relações Interiores da Venezuela, Diosdado Cabello, manifestou otimismo em relação à proposta do presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, de atuar como mediador na crescente crise entre a Venezuela e os Estados Unidos. Durante uma coletiva à imprensa, Cabello ressaltou que o governo venezuelano tem recebido um número significativo de pedidos de cidadãos de várias partes do mundo que se oferecem para se alistar na defesa do país caribenho.

Ele afirmou que a situação atual poderia evoluir para um “conflito continental e até mais amplo”, sugerindo a necessidade de uma resposta robusta frente às ações dos Estados Unidos. Cabello elogiou o engajamento de Lula e enfatizou a importância de sua postura, pedindo que o presidente brasileiro utilize sua influência para “defender a América Latina” em vez de se submeter às exigências norte-americanas.

Esse diálogo ocorre em um contexto tenso, pois no domingo anterior, Lula teve um encontro com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Durante essa reunião, os líderes discutiram a postura do Brasil em relação à Venezuela, com Lula formalizando uma oferta para mediar as hostilidades.

Além disso, o governo venezuelano denunciou o que considera uma conivência entre Trinidad e Tobago e os EUA, especialmente em relação a exercícios militares que estariam sendo realizados com o apoio do Comando Sul norte-americano. Cabello caracterizou essas manobras como uma clara provocação e uma agressão à soberania venezuelana.

Os Estados Unidos, por sua vez, justificam sua presença na região como parte de uma operação destinada ao combate ao tráfico de drogas. Desde agosto, cerca de 4 mil soldados e várias embarcações estão posicionados nas águas do Caribe, aumentando as tensões com Caracas. Essas tensões se intensificaram após o anúncio de uma recompensa de 50 milhões de dólares por informações sobre o presidente Nicolás Maduro, acusado de liderar um cartel de narcotráfico.

Frente a essas ameaças, o governo Maduro acionou o secretário-geral da ONU, António Guterres, solicitando apoio diante do que é visto como uma ameaça à segurança nacional. Além disso, medidas de mobilização dentro do território venezuelano foram incrementadas para fortalecer as fronteiras e se preparar contra qualquer eventual incursão por parte dos Estados Unidos.

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