Lula destacou em entrevista à Rádio Metrópole que “nós vamos ver se a regulação dá conta. Se a regulação der conta, está resolvido o problema. Se não der conta, eu acabo”. Essa declaração reflete um crescente envolvimento do governo na supervisão das operações de apostas, especialmente à luz dos dados alarmantes que sugerem que muitos beneficiários do Bolsa Família estão gastando quantias significativas em apostas.
Recentemente, um levantamento do Banco Central revelou que, apenas em agosto, beneficiários do Bolsa Família gastaram cerca de R$ 3 bilhões em apostas, utilizando principalmente o sistema de pagamentos via Pix. Esses números suscitam preocupações sobre as implicações socioeconômicas do vício em apostas, principalmente entre os grupos mais vulneráveis da sociedade. Dos 20 milhões de beneficiários, aproximadamente 5 milhões realizaram apostas no período, com um gasto médio de R$ 100. Destes, 70% eram chefes de família, indicando uma possível relação entre a precariedade financeira e o envolvimento com jogos de azar.
Para combater o crescimento de sites ilegais de apostas, o governo decidiu permitir que a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) derrubasse cerca de 2 mil páginas irregulares. Enquanto a regulamentação foi aprovada, as autoridades estão trabalhado para garantir que os sites operem dentro das novas normas até que possa haver uma fiscalização mais rigorosa, prevista para o próximo ano.
A situação levanta um debate amplo sobre a necessidade de um equilíbrio entre a legalização das apostas e a proteção social, considerando os riscos envolvidos para uma parte considerável da população que se encontra em situação de vulnerabilidade econômica. O governo, por meio de afirmações de figuras como Lula, parece determinado a monitorar de perto as consequências de uma regulamentação que, se falhar, poderá levar a uma revisão drástica do status das apostas no país.










