Na ocasião, Lula criticou as manobras militares da administração norte-americana, destacando que a intervenção armada em um país soberano é uma violação dos direitos internacionais. Ele enfatizou que a história da região já mostrou os desastres que podem ocorrer em decorrência de incursões militares externas, fazendo uma referência à Guerra das Malvinas, que ocorreu há mais de quatro décadas. “Uma intervenção armada na Venezuela seria um desafio aos limites do direito internacional e certamente intensificaria as tensões na região”, explicou Lula, reforçando a necessidade de diálogo.
O presidente norte-americano, Donald Trump, havia intensificado sua retórica nas semanas anteriores, manifestando abertamente a possibilidade de um confronto militar com Caracas e autorizando a apreensão de petroleiros venezuelanos. Lula, em resposta, declarou sua intenção de conversar com Trump antes do Natal, buscando formas de evitar a escalada do conflito. “Não queremos guerra no nosso continente. Preocupa-nos o clima de tensão e a ameaça constante em nossos jornais”, comentou Lula.
Em meio a esses desafios geopolíticos, a cúpula também discutiu a continuidade do acordo de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul. Após ter inicialmente ameaçado retirar seu apoio ao acordo devido a adiamentos, Lula recuou e garantiu que a assinatura do documento deve ocorrer em janeiro, apesar da resistência da França em relação a certas garantias para seus agricultores. Ele frisou que o entendimento entre os blocos é crucial, considerando que as negociações já se estendem por 26 anos e envolvem um extenso mercado consumidor.
Além disso, Lula abordou a importância da cooperação entre os países do Mercosul no combate ao crime organizado, defendendo uma abordagem conjunta independentemente da ideologia política de cada governo. O Brasil repassará a presidência temporária do Mercosul para o Paraguai, um momento que reforça a importância da unidade e da concertação regional em meio a desafios tanto internos quanto externos.







