Lula compartilhou o palco com figuras influentes como o presidente do Chile, Gabriel Boric, e o chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, que também lideram a iniciativa. O objetivo central é implementar uma diplomacia ativa capaz de enfrentar a degradação das instituições democráticas, a proliferação da desinformação, o discurso de ódio e as crescentes desigualdades sociais.
Durante sua fala, o presidente brasileiro fez uma reflexão crítica sobre a trajetória da esquerda e o crescimento da extrema-direita em diversas partes do mundo. Ele indagou: “O que fizemos pela democracia ontem?” e reforçou a ideia de que a falta de diálogo e organização popular enfraquece as instituições democráticas. Para ele, é crucial que os líderes reflitam sobre seus próprios erros e sobre os momentos em que a esquerda falhou em sustentar a democracia diante do avanço do extremismo.
Lula também questionou a maneira como decisões políticas são frequentemente moldadas por pressões externas, como a opinião da mídia e os interesses do mercado, em detrimento das necessidades dos eleitores que realmente apoiaram os governos. Ele argumentou que é um erro ignorar os que lutaram pela democracia, priorizando a aprovação de adversários.
“Antes de identificarmos os virtudes do extremismo de direita, devemos nos concentrar nos erros cometidos pela democracia na relação com a sociedade civil”, enfatizou Lula. Para ele, a autocrítica e a busca por verdadeiras respostas sobre como está sendo exercida a democracia são essenciais para reverter essa onda de extremismo. O futuro, segundo o presidente, depende de reencontrar o compromisso com os princípios democráticos, pois, sem essa reflexão, o retorno a um cenário de direitos negados será inevitável.