Lula afirma que Brasil está pronto para o fim da escala 6×1 e destaca a necessidade de negociações entre sindicatos e patronato antes de qualquer mudança.

No Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva abordou a questão do fim da escala 6×1 em uma coletiva de imprensa, enfatizando que a sociedade brasileira está preparada para essa mudança. Lula destacou que a luta pela redução da jornada de trabalho é uma demanda que perdura desde os anos 1980 e que agora é tempo de considerar os avanços tecnológicos que impactaram o ambiente de trabalho contemporâneo.

O presidente fez uma comparação reveladora ao citar a Volkswagen, que há 45 anos empregava um número significativamente maior de trabalhadores para a produção de automóveis em comparação ao cenário atual, onde a empresa consegue produzir mais com um contingente inferior de funcionários. Essa transformação, segundo Lula, ilustra como a produtividade se reinventou, o que levanta a questão sobre a possibilidade de uma jornada de trabalho mais curta, permitindo que os trabalhadores tenham mais tempo para suas vidas pessoais, cuidadas das famílias e buscando aprendizado contínuo.

No entanto, Lula alertou que essa proposta de redução da jornada laboral não deve ser impulsionada diretamente pelo governo federal neste primeiro momento. Em suas palavras, ele enfatizou a importância de uma conversa entre sindicatos e representantes do setor privado, ressaltando que são necessárias negociações para a formulação de uma proposta robusta que possa ser apresentada ao Congresso.

“Eu não quero tomar a iniciativa do poder executivo e mandar um projeto de lei do governo. Eu preciso ser provocado”, declarou o presidente, demonstrando que a iniciativa deve vir do diálogo social e não de uma imposição unilateral.

Assim, Lula delineou que o futuro da jornada de trabalho no Brasil deve ser moldado por um consenso entre as partes envolvidas, reforçando a ideia de um processo colaborativo. Com isso, o chefe do executivo brasileiro abre espaço para um debate mais amplo sobre as diretrizes laborais do país, que buscam conciliar modernização do trabalho com a qualidade de vida dos cidadãos.

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