O presidente Lula argumentou que a solicitação de anistia, feita previamente a um julgamento, indica que Bolsonaro está ciente de sua culpabilidade com relação aos eventos ocorridos no país. “O cidadão cometeu essas barbáries todas e agora começa a pedir anistia antes do julgamento. Isso demonstra que ele sabe que é culpado. Ele está se autocondenando, e não assumindo a responsabilidade que lhe cabe”, declarou o presidente.
Essa discussão ocorre em um contexto em que o Supremo Tribunal Federal (STF) começou a analisar os casos de Bolsonaro e de outros sete aliados, que são acusados de participação em uma suposta tentativa de golpe. Este plano teria como objetivo impedir a posse de Lula após sua vitória eleitoral em 2022. As acusações contra Bolsonaro incluem tentativa de golpe de Estado e organização criminosa armada, o que tem gerado uma ampla repercussão na esfera política.
Enquanto isso, o partido de Bolsonaro, o PL, está mobilizando esforços para viabilizar a votação de um projeto de anistia no Congresso. A proposta em circulação prevê uma anistia ampla, abrangendo até mesmo as eventuais condenações do ex-presidente, o que poderia reverter sua situação de inelegibilidade até 2030.
Lula enfatizou que a sociedade está ciente dos acontecimentos emblemáticos relacionados à ocupação de quartéis e à tentativa de desestabilizar a democracia, citando as ações ocorridas no dia 8 de janeiro de 2023. Ele criticou a postura de Bolsonaro, insinuando que essa estratégia de buscar anistia oferece uma “ilusão” de inocência.
Assim, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva reafirmou a importância de Bolsonaro assumir a responsabilidade pelas suas ações, em vez de recorrer a caminhos que, segundo ele, refletem um caráter evasivo e defensivo no cenário judicial que se desenrola. Essa troca de declarações evidencia as tensões persistentes entre os dois ex-líderes e os respectivos grupos políticos que os apoiam.