Logo após a prorrogação de 45 dias para a continuidade das atividades da CPI, os jogadores serão intimados a depor no Senado. O adiamento foi uma estratégia do legislativo para contornar uma barreira imposta pela defesa de Lucas Paquetá, que solicitou que o jogador não falasse com as autoridades brasileiras até que fosse julgado pela Federação Inglesa.
O julgamento de Paquetá pela entidade estrangeira está previsto para março e poderá resultar em punições no âmbito esportivo, podendo incluir o banimento do futebol. Por outro lado, a CPI busca esclarecimentos que podem levar o processo para esfera criminal. Além de Paquetá, o atacante Luiz Henrique também se tornou alvo das investigações nos últimos meses.
De acordo com as informações publicadas pelo jornalista Lauro Jardim, a CPI possui indícios de participação dos jogadores no esquema de apostas, incluindo a forçação de cartões amarelos por parte de Paquetá em jogos do West Ham, clube inglês que o meia defende desde 2022.
A comissão também aponta que familiares de Paquetá teriam se beneficiado financeiramente com as apostas. Já Luiz Henrique é suspeito de ter recebido um pagamento via pix no valor de R$ 30 mil de um dos envolvidos no esquema. Atualmente, o atacante defende o Zenit, da Rússia, após se destacar no Botafogo.
Além dos jogadores, a CPI das Apostas também investiga o apostador William Rogatto, conhecido como o “rei do rebaixamento”, que foi preso pela Interpol em Dubai. Há informações de que ele será deportado para o Brasil em breve e poderá prestar esclarecimentos aos senadores.
O presidente da CPI, Jorge Kajuru, revelou detalhes das conversas dos familiares de Lucas Paquetá sobre a manipulação dos cartões, destacando a esposa do jogador, que teria se manifestado contra a prática. Kajuru também demonstrou otimismo com a possibilidade do depoimento de William Rogatto, que prometeu colaborar com informações sobre o esquema de apostas no futebol.