Durante essa sessão, que se estendeu por diversas horas, Fux também analisou o caso de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e colaborador na investigação da suposta trama. O ministro votou pela condenação de Cid apenas pelo crime de abolição do Estado Democrático de Direito, dispensando-o de outras quatro acusações que pesavam contra ele. Esta decisão lança luz sobre a complexidade do caso, revelando um contraste entre as visões jurídicas dos ministros sobre a gravidade das ações alegadas.
No caso do almirante Almir Garnier, ex-comandante da Marinha, Fux adotou uma postura similar ao votar pela absolvição das cinco acusações feitas pela Procuradoria-Geral da República. As acusações contra esses indivíduos incluíam crimes como organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, e danos qualificados ao patrimônio da União, entre outros, mas Fux enfatizou a necessidade de provas concretas para fundamentar qualquer condenação.
Ao contextualizar sua decisão, Fux destacou a importância do estado democrático e a necessidade de afirmação jurídica robusta nas acusações. Sua análise criteriosa sugere uma abordagem mais cautelosa do que a de seus colegas, refletindo uma tensão presente entre diferentes interpretações do Direito no Brasil contemporâneo.
O desfecho dessa sessão põe em evidência um dos capítulos mais turbulentos da política brasileira, envolvendo não apenas os ex-integrantes do primeiro escalão de governo, mas todo o sistema judiciário diante de questões fundamentais sobre a democracia, a integridade das instituições e a responsabilização de figuras públicas. A decisão de absolver Bolsonaro, em particular, pode ter repercussões significativas para o futuro político do país.