Arce salientou o impacto da oposição na governança, mencionando um “boicote” sistemático que teria contribuído para a crise econômica enfrentada pelo país. Ele enfatizou que, durante seu mandato, a Assembleia Legislativa, em sua maioria composta por parlamentares da oposição e da formação tradicional, resistiu a aprovar leis e empréstimos que poderiam ter aliviado a situação econômica. Essa experiência acentuou a imagem negativa do MAS perante a população, culminando na vitória do candidato de centro-direita, Rodrigo Paz, que assumirá a presidência em 8 de novembro.
O líder boliviano observou que seu governo sofreu interferências que minaram sua capacidade de ação, criticando os parlamentares que se uniram para bloquear iniciativas que visavam a recuperação econômica. Arce lamentou a insegurança que sua saída do poder representa para as conquistas sociais e os avanços realizados durante seu mandato. Ele expressou sua certeza de que a necessidade de um modelo econômico mais justo e socialmente responsável, como o que promoveu, deverá ressurgir eventualmente.
Além disso, Arce abordou a nova dinâmica das relações internacionais da Bolívia, ressaltando a possibilidade de um estreitamento dos laços com os Estados Unidos, especialmente em áreas como o abastecimento de combustível, atualmente crítico no país. Ele também mencionou a relevância das riquezas naturais bolivianas, como o lítio e outros minerais, na geopolítica global e alertou sobre os interesses estrangeiros que poderiam ameaçar a soberania nacional.
Em sua despedida, o presidente reafirmou seu compromisso com a política, prevendo um cenário onde as forças de esquerda precisam se unir para enfrentar os desafios impostos pelo novo governo. Para Arce, a trajetória da esquerda no país ainda não chegou ao fim, e a luta por um modelo de desenvolvimento inclusivo e sustentável persiste, apesar das adversidades políticas recentes.
