Ludmilla criticou a postura do SBT, argumentando que a nota emitida não abordava a seriedade da situação ou apresentava ações concretas para combater o racismo. A cantora trouxe à tona o histórico conturbado entre ela e o apresentador, relembrando um incidente de 2017, quando Marcão do Povo utilizou termos racistas ao se referir a ela durante uma transmissão televisionada. Este episódio não apenas marcou a trajetória da artista, mas também gerou um processo judicial que se arrasta até hoje.
Em 2024, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) absolveu Marcão da acusação de injúria racial, porém a questão retornou à esfera cível em maio deste ano, após um recurso apresentado tanto pelo Ministério Público quanto pela defesa de Ludmilla. A artista reivindica uma indenização significativa por danos morais, no valor de R$ 883.332,50. Essa questão, portanto, não é meramente legal; possui profundas raízes sociais, revelando disparidades no tratamento de questões raciais na mídia e no entretenimento.
A controvérsia ganhou novos desdobramentos na semana passada, quando Marcão do Povo utilizou seu espaço no programa Primeiro Impacto para se considerar “inocente” e expressar sua gratidão à família Abravanel e ao público que, segundo ele, não o abandonou durante um período que considerou de humilhação pública. Tal manifestação insuflou ainda mais o debate sobre a responsabilidade das emissoras de televisão e a importância de se posicionar de maneira assertiva em questões que envolvem discriminação racial.
O cenário evidencia não só um conflito entre duas figuras públicas, mas também levanta questões mais amplas sobre a cultura do racismo estrutural na indústria do entretenimento. A resposta da mídia e a forma como casos como este são abordados são cruciais para a construção de um ambiente mais justo e respeitoso para todos.







