A polémica se agrava pela percepção de que a saudação do lobo está associada ao movimento Lobos Cinzentos, que é banido ou restrito em várias partes da Europa, devido a acusações de perseguição a minorias étnicas na Turquia. A ministra do Interior da Alemanha, Nancy Faeser, declarou que utilizar eventos esportivos como forma de propaganda racista é inaceitável. Em resposta, o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, defendeu Demiral, insinuando que a Alemanha se comportava de maneira xenofóbica.
Os Lobos Cinzentos são um grupo que busca unir todos os indivíduos de etnia turca, abrangendo cidadãos da Turquia e de outros países do antigo Império Otomano, como Azerbaijão e Uzbequistão. O grupo é historicamente associado a violência e repressão de minorias, particularmente durante a Guerra Fria, quando realizaram assassinatos políticos e atentados, incluindo um ataque ao Papa João Paulo II em 1981.
Especialistas apontam que, na Europa, esses grupos continuam a propagar ideologias que podem servir como uma forma de resistência cultural para jovens turcos que enfrentam dificuldades de integração. A saudação do lobo, embora ligada a um simbolismo antigo que remete à herança turca, foi apropriadamente transformada em um marco de identidade nacionalista que agrava as tensões entre comunidades.
Esses sentimentos de exclusão em países europeus, como a Alemanha, alimentam um terreno fértil para o crescimento de movimentos extremistas, onde a xenofobia e a discriminação são comuns. A imersão na cultura e nas raízes turcas passa a ser uma forma de resistência, refletindo uma luta interna por identidade em um ambiente hostil. Assim, a questão dos Lobos Cinzentos transcende a mera manifestação cultural, tornando-se um reflexo dos desafios sociopolíticos enfrentados por comunidades turcas na diáspora.