Língua Guarani pode se tornar patrimônio imaterial de São Paulo com abaixo-assinado do Museu das Culturas Indígenas e apoio de diversas instituições e comunidades.

São Paulo, setembro de 2025 – O Museu das Culturas Indígenas (MCI) lança um importante abaixo-assinado com o intuito de reconhecer oficialmente a língua Guarani como patrimônio cultural imaterial do Estado de São Paulo. A ação, que está disponível para assinatura em sua plataforma online, visa mobilizar tanto a sociedade civil quanto instituições de pesquisa e órgãos governamentais, com o objetivo de preservar e promover a língua Guarani.

O MCI, instituição vinculada à Secretaria da Cultura, Economia e Indústria Criativas do Estado, atua em colaboração com a ACAM Portinari, o Instituto Maracá e o Conselho Indígena Aty Mirim. O abaixo-assinado concentra-se no reconhecimento das variantes Mbyá, Nhandewa e Kaiowá, buscando coesão entre essas diferentes expressões linguísticas.

Contando com o apoio de entes como o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) e outros importantes museus e comissões estaduais, a iniciativa propõe a regulamentação da língua no Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo (CONDEPHAAT). Além do registro, os organizadores do abaixo-assinado estão pleiteando a implementação de um programa estadual para revitalização da língua, que envolva a criação de escolas bilíngues, oficinas de documentação, desenvolvimento de materiais didáticos e capacitação de educadores indígenas.

A meta é ambiciosa: a organização espera coletar um milhão de assinaturas. Assim que esse número for alcançado, o documento será apresentado como um forte apelo junto ao IPHAN e ao CONDEPHAAT, simbolizando uma mobilização coletiva em prol da proteção cultural da língua Guarani.

A língua Guarani não apenas se destaca como um dos idiomas mais falados no Brasil, mas também é uma componente essencial da identidade do povo guarani. Apesar de 85% das comunidades guarani em São Paulo manterem o idioma como sua primeira língua, fatores como a escassez de materiais educacionais e preconceitos sociais ameaçam sua sobrevivência. A UNESCO classifica a variante Mbyá como “vulnerável” e as variantes Nhandewa e Kaiowá como “definitivamente em perigo”, o que destaca a urgência de ações de proteção.

Com uma projeção de mais de 280 mil falantes em todo o Brasil, a língua Guarani é um elo fundamental entre a identidade cultural e a cosmovisão do povo Guarani, visto que cada palavra e expressão carrega um profundo significado espiritual. Em São Paulo, mais de seis mil indígenas guarani vivem em 38 territórios, abrangendo áreas costeiras e urbanas.

Serviço:

  • O que: Abaixo-assinado pela valorização da língua Guarani como patrimônio imaterial
  • Início: Setembro de 2025
  • Meta: Um milhão de assinaturas – entrega ao IPHAN e ao CONDEPHAAT
  • Onde: Disponível no site chng.it/G5nFsNbmH5

O MCI, situado na capital paulista, é uma referência na promoção e preservação das culturas indígenas, operando em colaboração com várias organizações sociais e institucionais. A ação em prol da língua Guarani é mais uma demonstração do comprometimento com a riqueza cultural que o Brasil abriga.

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