De acordo com integrantes da Casa Branca, a resposta de Xi Jinping sobre o assunto foi positiva. O presidente chinês se comprometeu a aumentar a fiscalização sobre as empresas do setor a fim de restringir a produção ilícita de fentanil. Como parte do acordo, os Estados Unidos planejam suspender as restrições sobre algumas instituições forenses da China.
O fentanil é um analgésico opioide sintético extremamente potente, cerca de 100 vezes mais forte que a morfina e 50 vezes mais forte que a heroína. Segundo o Centro de Controle de Prevenção de Doenças dos EUA, somente em 2021, o fentanil foi responsável por mais de 70 mil mortes por overdose no país, tornando-se a principal causa de mortes evitáveis entre pessoas de 18 a 45 anos nos EUA.
Além dos preços baixos nas ruas, viabilizados pelas operações comandadas por cartéis mexicanos, uma cultura criada pela própria indústria farmacêutica dos opióides, na década de 1980, tem contribuído para um cenário classificado como catastrófico por especialistas e autoridades.
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, destacou que quase 110 mil americanos morreram de overdose de drogas no ano passado, sendo que dois terços dessas fatalidades envolveram opioides sintéticos. Segundo ele, este é “um problema que nenhum país pode resolver sozinho”.
Em 2019, a China proibiu todas as variações de fentanil, cumprindo assim uma promessa feita pelo presidente Xi ao ex-presidente Donald Trump. Como resultado, as exportações diretas de substâncias químicas relacionadas ao fentanil para os Estados Unidos diminuíram significativamente.
Na prática médica, o fentanil é indicado para anestesia em determinadas cirurgias, como para pacientes submetidos à cirurgia cardíaca ou com função cardíaca deficiente, e como analgésico para tratamento da dor quando outros medicamentos para dor se mostraram ineficazes ou não puderam ser utilizados. Ele atua diretamente no sistema nervoso central, interrompendo a forma como os nervos sinalizam a dor entre o cérebro e o corpo.
O encontro entre os líderes das duas potências é visto como um passo importante na luta contra o fentanil e outras drogas, um problema que afeta não apenas os Estados Unidos e a China, mas também muitas outras nações ao redor do mundo. A cooperação entre os dois países representa um marco na busca por soluções eficazes para enfrentar essa crise.