Os líderes presentes na reunião, que durou várias horas, não fizeram nenhuma declaração oficial sobre o conteúdo das discussões ou sobre eventuais decisões tomadas durante o encontro. A proposta apresentada por Trump, que sugere que os Estados Unidos assumam o controle de Gaza e realoquem os palestinos para países vizinhos como Egito e Jordânia, gerou espanto e indignação em todo o mundo árabe.
Trump se pronunciou nesta sexta-feira, ressaltando que não pretende impor o seu plano a ninguém. Ele afirmou em entrevista à Fox News Radio que os EUA seriam apenas “donos” do local, sem a presença do Hamas e iniciando do zero, com um “prato limpo”.
Diplomatas e autoridades informadas sobre os esforços afirmam que Egito, Jordânia, Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos têm trabalhado em uma proposta alternativa para Gaza, visando a reconstrução do local com o auxílio financeiro e supervisão dos países árabes, mantendo a população palestina no território e preservando a possibilidade de um Estado palestino.
Entretanto, um ponto de discordância importante tem sido a questão da governança pós-conflito em Gaza. Enquanto um plano egípcio propõe a formação de um comitê de tecnocratas e líderes comunitários palestinos para governar Gaza, Israel se opõe a qualquer plano que possa pavimentar o caminho para a soberania palestina. Os líderes árabes insistem que apoiam apenas propostas que abram caminho para a criação de um Estado palestino.
A Autoridade Palestina, representada por Mahmoud Abbas, também se mostra cautelosa em relação a planos que não lhe garantam controle total de Gaza. A reunião em Riad contou com a presença de membros do Gulf Cooperation Council, o presidente do Egito, Abdel Fattah el-Sisi, e o rei Abdullah da Jordânia.
As propostas apresentadas pelos países árabes visam manter os palestinos em Gaza e evitam o deslocamento forçado, algo que muitos considerariam uma limpeza étnica e um crime de guerra. A ideia de realocar os palestinos para Egito e Jordânia foi rejeitada por todos os países árabes, preocupados com possíveis consequências econômicas e políticas internas. O plano de reconstrução de Gaza visa restaurar o enclave em três anos, segundo informações do meio de comunicação estatal egípcio, Ahram Online.