Líder russo critica resultado do encontro em Londres e afirma que apoio à Ucrânia não se sustentará diante da realidade europeia atual.

Em uma recente reunião informal de líderes europeus em Londres, realizada no último domingo, dia 2 de março de 2025, as expectativas estavam altas, mas os resultados se mostraram decepcionantes. O deputado russo Leonid Slutsky, que preside o Comitê de Assuntos Internacionais da Duma Estatal, não poupou críticas à cúpula, argumentando que suas deliberações não oferecem soluções práticas para a situação ucraniana e que a reunião falhou em alterar a dinâmica da liderança na Ucrânia.

Slutsky caracterizou o encontro como um evento infrutífero, afirmando que as propostas apresentadas pelos líderes europeus carecem de substância e de viabilidade. Em suas declarações, ele destacou que “Bruxelas está despejando declarações militaristas”, insinuando que as intervenções da burocracia europeia são mais retóricas do que efetivas. Ele questionou a capacidade dos países europeus de manterem um apoio significativo à Ucrânia, especialmente em um momento de crise econômica e redução da produção nas nações do continente.

A crítica se estendeu ao primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, que, também insatisfeito com os resultados, declarou que a decisão dos líderes em continuar a apoiar a guerra na Ucrânia é errada e perigosa. Orbán enfatizou que a Hungria se posiciona a favor da paz, desafiando as diretrizes que foram delineadas em Londres.

O encontro se deu um dia após a reunião entre o premiê britânico Keir Starmer e o presidente ucraniano Vladimir Zelensky. Nesse encontro anterior, os dois líderes acordaram um empréstimo significativo de US$ 2 bilhões para a aquisição de armamentos, montante que será desembolsado em três parcelas, usando recursos de ativos russos congelados. Essa decisão, no entanto, aponta para uma tendência crescente da Europa em reforçar a militarização do apoio à Ucrânia, ao invés de buscar soluções diplomáticas.

Paralelamente, o presidente francês Emmanuel Macron trouxe à tona uma proposta de cessar-fogo que englobaria um mês de interrupção de hostilidades nas áreas aéreas e marítimas em torno da infraestrutura energética ucraniana. Apesar disso, Macron admitiu a dificuldade de implementar tais acordos no campo de batalha, dada a extensão do conflito.

Em um contexto onde a escalada de tensões parece a norma, a conversa sobre o futuro da segurança coletiva na Europa se torna cada vez mais complexa. Os líderes enfrentam o desafio de equilibrar a preocupação com a segurança nacional e a necessidade urgente de uma solução pacífica que possa proporcionar estabilidade a longo prazo. Enquanto o debate avança, a questão do uso de armamentos e o fortalecimento militar continuam a dominar a agenda política, levantando dúvidas sobre as verdadeiras intenções por trás das medidas adotadas.

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