Um dos operadores financeiros identificados pela PF é um integrante conhecido como Gordinho do Gás, mencionado no fluxo de recursos da organização criminosa. Documentos obtidos pelas autoridades mostram que Gordinho estava envolvido na remessa de valores para o armeiro do grupo, Everson Vieira Francesquet, conhecido como “Deus” nas transações ilegais.
Segundo as investigações, Gordinho e outro membro da facção chamado “Zero” eram responsáveis por enviar dinheiro para a aquisição de drones lançadores de granadas, fuzis, pistolas, bloqueadores de sinal e equipamentos de comunicação de alta tecnologia. Esses recursos eram transferidos diretamente para Everson, que cuidava da logística e das compras com fornecedores internacionais, especialmente no Paraguai e na China.
Um dos comprovantes analisados pela PF mostra uma transferência de R$ 30 mil feita por Gordinho para Everson, com o objetivo de adquirir mais um drone lançador de granadas, equipamento amplamente utilizado por facções criminosas no Rio de Janeiro em ataques a comunidades rivais.
Peixão, que está foragido, coordenava toda a operação, dando ordens a Everson sobre o que comprar e autorizando os pagamentos por meio de seus laranjas. As mercadorias, que incluíam fuzis importados do Paraguai, drones militares e bloqueadores de sinais, eram camufladas como produtos eletrônicos comuns e chegavam ao Brasil por meio de empresas de transporte e até pelos Correios.
Everson Vieira Francesquet, que já havia sido denunciado por contrabando de um fuzil anti-drone, foi preso recentemente ao se apresentar à Justiça. Ele agora enfrenta acusações de tráfico internacional de armas e participação em organização criminosa, de acordo com as autoridades. A investigação continua em andamento para desmantelar completamente essa rede de crime organizado.