Líder do Novo Cangaço do PCC é executado e comparsa foge para resort de luxo em São Paulo



O líder de uma quadrilha do Novo Cangaço ligada ao Primeiro Comando da Capital (PCC), Fleques Pereira Lacerda, conhecido como Pequeno, foi executado a tiros por seus rivais da própria facção enquanto estava em uma barbearia em Osasco, região metropolitana de São Paulo, no final do ano passado. A morte de Pequeno gerou tensão entre os aliados, especialmente seu parceiro nos negócios ilegais, Janes Nogueira da Silva, que expressou preocupação em mensagens trocadas com sua esposa, Valquíria Marques da Silva, temendo ser o próximo alvo dos inimigos.

O irmão de Pequeno, Delvane Pereira Lacerda, conhecido como Pantera, assumiu o comando dos cangaceiros do PCC e, em busca de vingança pela morte de seu irmão, provocou uma série de mortes em São Paulo e no Piauí. Por outro lado, Janes optou por uma fuga mais tranquila e se hospedou em um resort e spa de luxo em Olímpia, no interior de São Paulo, por 15 dias.

A fuga de Janes não passou despercebida pelas autoridades, que obtiveram uma autorização judicial para instalar escutas na suíte do criminoso no resort. As conversas de Janes foram monitoradas e sua rotina no complexo termal foi acompanhada de perto pela Polícia Federal. Durante sua estadia, foram registradas suas atividades, com diárias variando entre R$ 775 e R$ 2.189.

Em uma conversa interceptada pela PF em dezembro do ano passado, Janes mencionou sua participação em um roubo a banco, afirmando que não pretendia mais se envolver nesse tipo de crime. A tentativa frustrada de roubo a uma transportadora de valores em Confresa (MT) ajudou a polícia a identificar o grupo do Novo Cangaço ao qual Janes pertencia.

As investigações também revelaram que Janes negociava a compra e venda de armas, incluindo pistolas e uma escopeta calibre 12. Quatro fornecedores de armas para o núcleo do Novo Cangaço foram identificados, sendo três deles Colecionadores Atiradores Esportivos e Caçadores (CACs), dois dos quais eram vigilantes de empresas de transporte de valores.

Além disso, Janes foi ouvido em uma conversa sobre lavagem de dinheiro de atividades criminosas. A PF descobriu que ele utilizava a prática do “smurfing” para ocultar parte do dinheiro do grupo, fragmentando grandes quantias em pequenos depósitos. Com a ajuda de sua esposa, Janes lavou mais de R$ 7 milhões em seis meses, de acordo com relatórios do Coaf.

Com as provas reunidas, a PF incluiu Janes em uma lista de 18 suspeitos de envolvimento em roubos a banco, homicídios, lavagem de dinheiro e tráfico de drogas. Ele e outros membros da quadrilha foram presos durante a segunda fase da Operação Baal, coordenada pela PF e pelo Gaeco, do Ministério Público de São Paulo.

Portanto, a saga de Janes Nogueira da Silva, do Pequeno e do Pantera, membros do Novo Cangaço ligado ao PCC, teve desdobramentos surpreendentes que resultaram em uma investigação minuciosa e na prisão dos envolvidos. O crime organizado entra em confronto, enquanto as autoridades intensificam os esforços para combater essas organizações criminosas.

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