Durante a cerimônia de abertura, Tiani enfatizou a relevância das discussões, destacando que “cada nigerino, onde quer que esteja, deve contribuir”, uma vez que o resultado dos diálogos impactará diretamente a sobrevivência e os interesses comuns da nação. Os representantes presentes englobam diferentes grupos sociais e profissionais, além de membros da diáspora, e têm a missão de formular propostas que serão apresentadas ao general Tiani três semanas após o encerramento do encontro, previsto para 19 de fevereiro.
O objetivo central das conversações é estabelecer uma estrutura que promova a unidade nacional, a coesão social, a justiça, a segurança e o progresso econômico e social no Níger. O general Tiani garantiu que as propostas resultantes do debate serão consideradas e implementadas, reforçando a importância de um diálogo inclusivo e participativo com toda a população.
A reunião ocorre em um contexto delicado. Em julho de 2023, um golpe militar levou à deposição do presidente Mohamed Bazoum e à suspensão da ordem constitucional. A medida gerou preocupação e resistência entre os países da Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que indicaram a possibilidade de uma intervenção militar para restaurar o governo anterior. Em resposta, o Níger, juntamente com Mali e Burkina Faso, formou uma aliança defensiva e decidiu abandonar a CEDEAO, buscando garantir sua soberania e segurança diante de ameaças externas.
Esse momento crítico na política nigerina não apenas ressalta a tensão interna, mas também sublinha as complexidades das relações regionais. A conferência, portanto, não se limita a discutir questões internas; ela reflete um desejo de estabilidade em meio a um cenário internacional volátil, onde a colaboração entre nações vizinhas pode ser a chave para um futuro mais pacífico e próspero.