O estudo aponta que, em média, nove casos de agressões são registrados diariamente, totalizando 38 mil boletins desde 2013. O número de incidentes tem aumentado progressivamente ao longo dos anos, com um pico em 2023, quando foram contabilizados 3.993 casos de violência contra médicos, uma média de 11 boletins de ocorrência por dia.
A maioria dos casos (66%) ocorre no interior dos estados, sendo os agressores geralmente pacientes, familiares dos pacientes ou desconhecidos. Além disso, cerca de 47% das vítimas são mulheres, e há relatos de mortes suspeitas de médicos em estabelecimentos de saúde. A violência não se restringe apenas a pacientes, podendo envolver também colegas de trabalho, como enfermeiros e técnicos.
O presidente do CFM, José Hiran Gallo, expressou preocupação com o aumento da violência contra os médicos, principalmente em ambientes públicos de saúde, e defendeu a necessidade de medidas imediatas para prevenir os ataques. O Conselho orienta os profissionais a registrarem boletins de ocorrência e informarem às diretorias clínicas sobre os incidentes.
Estados como São Paulo, que concentra 26% dos médicos do país, lideram em número de casos de violência, seguido pelo Paraná e Minas Gerais. O levantamento do CFM, realizado com base na Lei de Acesso à Informação, ressalta a urgência de garantir a segurança física dos profissionais de saúde para que possam exercer suas atividades de forma segura. Medidas preventivas são necessárias para combater a violência contra os médicos e promover um ambiente de trabalho seguro nos estabelecimentos de saúde.