Lentidão nas equipes de resgate no Marrocos após terremoto deixa sobreviventes presos sob os escombros

Dois dias após o maior terremoto em 120 anos atingir o Marrocos, a demora das equipes de resgate em alcançar as áreas mais remotas afetadas pode ser crucial para a busca por sobreviventes. Até o momento, mais de 2 mil pessoas morreram e milhares ficaram feridas, de acordo com o balanço oficial mais recente. A tragédia provocou grande comoção internacional e líderes de países como Espanha, França e Estados Unidos prontamente ofereceram ajuda humanitária. No entanto, de maneira incomum nesse tipo de situação, o governo marroquino tem preferido lidar com a situação por conta própria.

O rei Mohammed VI, líder do Marrocos, manteve-se em silêncio por mais de 12 horas após o terremoto. Quando finalmente fez uma declaração, não foi direcionada à população. O monarca apenas instruiu as Forças Armadas do país a contribuírem com os esforços de resgate. A fala não deixou claro se o governo aceitaria ou não ajuda externa e apoio internacional.

Nas áreas mais remotas, especialmente na Cordilheira do Atlas, onde o terremoto causou os maiores estragos, muitas pessoas ainda estão presas sob os escombros. As estradas estão bloqueadas por destroços e os serviços de telefonia e eletricidade foram interrompidos. Além disso, as construções de tijolos de barro, comuns nessa região, são altamente vulneráveis a tremores e chuvas fortes.

Enquanto as equipes de resgate não chegam, a população local tem se mobilizado para tentar encontrar sobreviventes. No entanto, a lentidão no acesso à região tem dificultado os esforços de resgate. Ainda assim, o governo marroquino tem relutado em aceitar ajuda externa.

A situação levou a Organização das Nações Unidas a se manifestar, afirmando que mais de 300 mil pessoas foram afetadas pelo terremoto, incluindo turistas que estavam na cidade de Marrakech. Segundo relatos nas redes sociais, alguns vilarejos sequer receberam qualquer tipo de ajuda até o momento, dois dias após o tremor.

Diversos países, como a Turquia, os Estados Unidos e a França, expressaram disposição em enviar equipes de ajuda e resgate ao Marrocos. No entanto, o país precisa solicitar formalmente essa assistência para que as equipes possam ser enviadas.

O governo marroquino tem bloqueado a entrada de algumas associações de resgate, o que tem gerado frustração entre os voluntários. Arnaud Fraisse, fundador da Secouristes Sans Frontières, denunciou a falta de acesso e lamentou a postura do governo.

Outros países, como Israel e a Argélia, mesmo com histórico de relações conflituosas com o Marrocos, também ofereceram ajuda. A Espanha já enviou uma equipe de socorristas ao país, enquanto o Catar enviou veículos e equipamentos especializados.

Em suma, a lentidão no acesso às áreas afetadas pelo terremoto no Marrocos tem sido um grande desafio para as equipes de resgate e pode comprometer a busca por sobreviventes. Embora vários países tenham oferecido ajuda, o governo marroquino tem preferido lidar com a situação de forma independente, o que tem gerado críticas e frustração por parte das associações de resgate.

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