A proposta vencedora será anunciada em até 30 dias, após a habilitação das empresas. A escolha do vencedor será feita com base no maior preço ofertado em dólares por megawatt/hora ou pela proposta que ofereça o maior benefício econômico para a Administración Nacional de Electricidad (Ande), a estatal paraguaia responsável pelo evento.
Quem vencer o leilão deverá fazer pagamentos adiantados anualmente, a partir do início da entrega da energia. Este leilão foi possível após a negociação entre o ministro brasileiro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, e o presidente paraguaio, Santiago Peña, que resultou no aumento da tarifa de Itaipu e no aval para que o Paraguai vendesse a energia de suas hidrelétricas, com a exceção de Itaipu, ao Brasil.
Inicialmente, a energia a ser comercializada virá da usina de Acaray, que possui capacidade de 200 megawatts. Mesmo com o avanço no processo de comercialização, especialistas têm levantado questionamentos sobre as condições técnicas para a entrega da energia ao Brasil e sobre a falta de regulamentação específica.
Além disso, outros problemas permanecem pendentes, como a necessidade de uma regulamentação específica do lado brasileiro, semelhante às normas existentes para a importação de energia do Uruguai e da Argentina. A energia que será vendida no mercado livre brasileiro é oriunda das sobras do Sistema Interligado Nacional (SIN) paraguaio.
Fontes do Ministério de Minas e Energia (MME) informaram que a licitação promovida pela Ande não contou com a participação direta da pasta. Oficialmente, o MME informou que ainda está na fase preliminar de estudos para avaliar a viabilidade da importação da energia.
O leilão aconteceu na sexta-feira sob o escrutínio de diversos setores interessados em assegurar que todos os requisitos técnicos e legais sejam devidamente cumpridos para garantir uma transição eficaz da energia paraguaia para o mercado brasileiro. À medida que os preparativos avançam, todos os olhos estão voltados para o resultado dessa concorrência, que promete impactar significativamente a comercialização de energia entre os dois países.