A razão por trás desse ‘ê(X)odo’ em massa está ligada ao apoio expresso por Elon Musk à ultradireita AfD na Alemanha. O bilionário tem sido acusado de amplificar vozes extremistas na rede, atacando autoridades alemãs e criticando o governo. Especialistas entrevistados pela DW apontam que o X parece estar caminhando para se tornar um megafone extremista, contrariando a promessa de neutralidade política feita por Musk em 2022.
Colin Henry, cientista social e pesquisador de mídia digital, alerta que a plataforma está se tornando um ambiente cada vez mais favorável para a disseminação de conteúdo de extrema direita. Ele ressalta que perfis banidos por violações como discurso de ódio e desinformação foram restaurados sob a gestão de Musk, contribuindo para uma mudança do discurso geral para a direita na rede.
O apoio de Musk a Trump e suas intervenções na política da União Europeia geraram indignação na Alemanha. No entanto, o chanceler federal Olaf Scholz adotou uma postura de não engajamento com o bilionário, seguindo a linha de “não alimentar o troll”. Cory Doctorow, autor de ficção científica e ativista da internet, alerta que Musk possui poder suficiente para influenciar o voto em eleições acirradas, utilizando sua grande audiência no X.
Enquanto várias organizações e figuras proeminentes abandonam a plataforma devido ao apoio de Musk à AfD e à disseminação de conteúdo de extrema direita, o governo alemão demonstra resistência em deixar o X. Autoridades alemãs afirmam que é importante estar presente onde as pessoas buscam informações, mesmo diante do crescente ambiente extremista na rede. No entanto, especialistas alertam que a saída de políticos não alinhados à extrema direita pode tornar a plataforma um espaço dominado por teorias da conspiração e discurso de ódio. A controvérsia em torno do X e do impacto de Musk nas eleições alemãs continua em debate, enquanto líderes políticos e especialistas avaliam os possíveis desdobramentos desse cenário.