Lavrov na ONU: Rússia apoia Brasil e Índia por assentos permanentes no Conselho de Segurança e critica divisões globais promovidas pelo Ocidente.

No último sábado, o Ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, fez um pronunciamento significativo na Assembleia Geral da ONU em Nova York, abordando importantes questões de ordem internacional. Durante seu discurso, ele criticou as ações do Ocidente, que, segundo ele, tenta dividir o mundo em esferas de influência, enfatizando a necessidade de um novo equilíbrio de poder.

Lavrov defendeu a reforma do Conselho de Segurança da ONU, alegando que sua estrutura atual não reflete adequadamente a dinâmica global. Ele destacou a importância de aumentar a representação de países da Ásia, África e América Latina, apontando que isso é essencial para uma democratização real do sistema. O chanceler russo declarou apoio explícito a países como Brasil e Índia, que buscam assentos permanentes no Conselho, além de fazer referência à necessidade de corrigir injustiças históricas que afetam nações africanas.

Outro ponto central na fala de Lavrov foi o conflito na Ucrânia. Ele reiterou que a Rússia está aberta ao diálogo para resolver as causas subjacentes do conflito, reafirmando a posição de Moscou de não ter a intenção de atacar países membros da OTAN, mas que qualquer ato de agressão contra a Rússia seria respondido com firmeza. O discurso também abordou o contexto geopolítico da OTAN, com Lavrov expressando preocupação com as ações da aliança militar, que ele argumentou estarem expandindo suas operações em regiões como o Pacífico e o Mar do Sul da China, gerando tensões adicionais.

Além disso, Lavrov criticou as sanções impostas à Cuba e Venezuela, defendendo o fim desses bloqueios. Ele também se pronunciou sobre a situação em Gaza, condenando o que classificou como punição coletiva aos palestinos, e expressou descontentamento com as políticas israelenses em relação à Cisjordânia.

Após seu discurso, Lavrov participou de uma coletiva de imprensa, onde reforçou que a Rússia não direcionou fogo contra países europeus ou membros da OTAN. Ele enfatizou a necessidade de um diálogo construtivo entre nações, incluindo os Estados Unidos, destacando a importância de abordar questões que afetam interesses comuns.

O discurso de Lavrov evidencia a posição assertiva da Rússia no cenário internacional, sublinhando a busca por mudanças nas estruturas de governança global e a necessidade de respeitar a soberania de nações em desenvolvimento.

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