Lavrov defendeu a reforma do Conselho de Segurança da ONU, alegando que sua estrutura atual não reflete adequadamente a dinâmica global. Ele destacou a importância de aumentar a representação de países da Ásia, África e América Latina, apontando que isso é essencial para uma democratização real do sistema. O chanceler russo declarou apoio explícito a países como Brasil e Índia, que buscam assentos permanentes no Conselho, além de fazer referência à necessidade de corrigir injustiças históricas que afetam nações africanas.
Outro ponto central na fala de Lavrov foi o conflito na Ucrânia. Ele reiterou que a Rússia está aberta ao diálogo para resolver as causas subjacentes do conflito, reafirmando a posição de Moscou de não ter a intenção de atacar países membros da OTAN, mas que qualquer ato de agressão contra a Rússia seria respondido com firmeza. O discurso também abordou o contexto geopolítico da OTAN, com Lavrov expressando preocupação com as ações da aliança militar, que ele argumentou estarem expandindo suas operações em regiões como o Pacífico e o Mar do Sul da China, gerando tensões adicionais.
Além disso, Lavrov criticou as sanções impostas à Cuba e Venezuela, defendendo o fim desses bloqueios. Ele também se pronunciou sobre a situação em Gaza, condenando o que classificou como punição coletiva aos palestinos, e expressou descontentamento com as políticas israelenses em relação à Cisjordânia.
Após seu discurso, Lavrov participou de uma coletiva de imprensa, onde reforçou que a Rússia não direcionou fogo contra países europeus ou membros da OTAN. Ele enfatizou a necessidade de um diálogo construtivo entre nações, incluindo os Estados Unidos, destacando a importância de abordar questões que afetam interesses comuns.
O discurso de Lavrov evidencia a posição assertiva da Rússia no cenário internacional, sublinhando a busca por mudanças nas estruturas de governança global e a necessidade de respeitar a soberania de nações em desenvolvimento.