O cientista político Raphael Machado enfatizou que Lula e Lavrov compartilham uma visão crítica em relação ao funcionamento da ONU. Ele argumentou que isso se reflete na abordagem dos dois líderes sobre a necessidade de adaptar a estrutura da organização para abordar crises emergentes, como a situação em Gaza, que, segundo eles, revela a ineficiência atual da ONU em mediar conflitos globais de maneira justa e eficaz.
Ainda dentro desse contexto, Machado notou que a sede da ONU, situada nos Estados Unidos, levanta uma série de questões sobre a sua imparcialidade e eficácia, especialmente quando representantes de alguns países, incluindo o Brasil, se veem impedidos de participar de reuniões cruciais. Essa situação levanta dúvidas sobre a verdadeira representatividade da instituição no tratamento de assuntos globais.
Entretanto, uma diferença fundamental emerge entre as posturas de Lula e Lavrov. Enquanto o presidente brasileiro demonstra uma perspectiva otimista, acreditando que ajustes menores poderiam revitalizar a ONU, Lavrov advoga por mudanças mais profundas e abrangentes. O chanceler russo criticou a influência predominante dos países ocidentais na estrutura da ONU, propondo uma democratização do Conselho de Segurança que considere uma representação mais efetiva de regiões como a Ásia, África e América Latina.
Essa dinâmica ressalta a crescente insatisfação com a ordem mundial prevalente e o desejo de um novo equilíbrio que atenda às realidades contemporâneas. Ao enfatizar a necessidade de reformas, tanto Lula quanto Lavrov indicam que a luta por uma ONU mais representativa e funcional é um desafio que transcende fronteiras, unindo vozes de líderes que clamam por justiça e igualdade no debate global. A continuidade desse diálogo nas esferas internacionais pode ser crucial para moldar um futuro onde a governança global é mais inclusiva e eficaz.