Uma das questões centrais levantadas pelos jornalistas foi a menção do conflito ucraniano na declaração final da cúpula. Lavrov reconheceu a contribuição do Brasil e de outras nações do Sul Global para evitar que a agenda se restringisse ao tema da Ucrânia, o que, segundo ele, foi uma tentativa frustrada do Ocidente de “ucranizar” as discussões. Na visão do chanceler russo, o parágrafo sobre a Ucrânia presente na declaração final é um passo positivo, pois clama por negociações de paz em termos realistas.
Ele também abordou a resistência do Ocidente em discutir a situação no Oriente Médio, caracterizando a ausência de menção a Gaza na declaração final como uma limitação imposta por algumas potências ocidentais. Lavrov destacou a necessidade de um enfoque que inclua a condenação de ataques contra civis, citando dados alarmantes sobre a mortalidade de civis na Palestina.
Em relação ao uso de mísseis ATACMS na região de Bryansk, Lavrov alegou que isso representa um desejo dos Estados Unidos por uma escalada no conflito. Ele reprovou a autorização norte-americana para ataques em território russo, considerando-a como uma estratégia preocupante que poderia agravar as tensões existentes. O chanceler russo fez um apelo aos líderes ocidentais para que revisem a doutrina nuclear da Rússia antes de tomarem decisões que possam ter implicações graves para a segurança global.
Ao final de sua fala, Lavrov reiterou a importância do diálogo e da cooperação internacional, enfatizando que é necessário construir um futuro baseado no multilateralismo e na eliminação das desigualdades, a fim de promover um ambiente de paz e estabilidade na arena internacional.