“Um dia estava fazendo uma cena dramática e, de repente, a diretora parou a cena. Eu disse: ‘por que parou?’. Disse que teria que pegar…. Eu disse: ‘não tem que pegar nada. Você tem que pegar eu. Pois sou eu que estou dizendo o texto de verdade. Eu que estou inteira aqui. Você não pode me cortar para fazer um close da bonitinha. Eu sou importante. Deixa eu terminar. Importa o texto que estou dizendo e não a moça loura. Eu sou feia, mas estou inteira aqui’”, disparou, sem revelar o nome da diretora.
A atriz de 89 anos relembra passagens de seus 70 anos de carreira, com mais de 120 trabalhos no teatro, TV e cinema e até nas radionovelas, onde começou aos 16 anos e conheceu o marido, o ator Fernando Baleroni, com quem teve duas filhas. Laura comenta o casamento e deixa no ar se houve traição.
“A minha vida com Balleroni foi muito boa. Eu não digo que durante o caminho ele não tenha olhado para outra mulher. E que eu não tenha olhado para outro. É da vida. E é muito bom. No final as duas pessoas solidificam a amizade e o companheirismo. A caminhada é longa e durante a caminhada você olha para um lado e para outro. Mas tudo bem.”.
A intérprete de Sinhá em “Sol Nascente” recorda que já trabalhou abrindo mão do cachê. “Durante a semana eu fazia radionovelas e aos sábados e domingos apresentava peças curtas em circos. O circo era tão pobrezinho que eu não tinha coragem de receber a bilheteria. O importante era estar em cena”.
Quem pensa que uma das maiores atrizes da história da TV teve facilidade para ingressar no meio, se engana. “Eu passava pela Vida Alves e dizia: ‘me escala’. Passava pelo Cassiano Gabus Mendes e dizia: ‘me deixa fazer uma vez. Se não gostar não faço mais’. Fui escalada por Vida (para “Tribunal do Coração”). Depois Cassiano me chamou para fazer ‘Coração Sagrado’ na TV de Vanguarda. Ganhei meu primeiro prêmio na televisão e nunca mais parei, graças a Deus”, orgulha-se Laura, que estreou na Globo em “Brilhante” (1981).
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25/10/2016