Na sequência da decisão de Trump, o presidente colombiano, Gustavo Petro, rapidamente reagiu, anunciando aumento de impostos sobre as importações dos EUA, embora haja indícios de que a Colômbia, um dos aliados mais próximos de Washington, acaba por se submeter às exigências de deportação. Especialistas afirmam que essa dinâmica pode se repetir em outros países da região, que tendem a não contestar as práticas de deportação, facilitando assim o fluxo de retornos forçados de migrantes.
Ignacio Arana Araya, professor da Universidade Carnegie Mellon, argumenta que os procedimentos de deportação são vistos como normais nas relações diplomáticas e que a maioria das nações latino-americanas não se oporá a essas medidas, temendo repercussões econômicas adversas. Contudo, elementos da discussão sobre direitos humanos e a capacidade desses países em absorver migrantes deportados trazem à tona dilemas éticos e práticos que não podem ser ignorados.
À medida que a América Latina navega por essas águas turbulentas, a pressão dos EUA pode resultar em um acirramento das disputas comerciais, influenciando também o clima político interno. O avanço das tarifas e a potencial escalada nas deportações estão criando um ambiente de incertezas, levando líderes a ponderar entre atender às demandas do norte e proteger as políticas sociais que garantem direitos aos seus cidadãos.
O contexto atual, somado a um padrão histórico de práticas migratórias, impõe um desafio significativo não apenas para as lideranças latino-americanas, mas também para um diálogo construtivo capaz de considerar as realidades econômicas e sociais em jogo. Enfrentar essa questão exige uma nova abordagem que considere os direitos dos migrantes sem ignorar os imperativos econômicos que moldam essas relações bilaterais.