“A importância dos títulos deste ano é que o selo Cemupe está abrindo espaço para temáticas de Alagoas voltadas não só para música, mas também para o social, como o livro do Luiz Almeida que fala sobre o Quilombo Lunga: as comunidades quilombolas do Lunga aos Bangas em Alagoas, em que aborda não só a música mas também a cultura do local”, destaca o coordenador do Festival e do Cemupe, professor Marcos Moreira. Ele informa que o financiamento da editoração dos livros, por meio do Festival, é da Secretaria Municipal de Cultura de Penedo.
Outro título a ser lançando, Os dobrados de Japiassú – volume 2, marca a continuidade na publicação das obras do maestro Aquino Costa Japiassú, pioneiro na inclusão de mulheres em bandas filarmônicas. “O dobrado é um estilo musical para banda de música. Ano passado publicamos o volume 1 e, agora, estamos continuando”, informa Moreira que assina a autoria do livro com o professor da rede estadual de Alagoas, João Paulo Lima da Cruz.
A publicação do Álbum de Armia também integra a programação do Festival. A obra é produzida pelo cantor, tenor e professor da Universidade Nova de Lisboa, Alberto Pacheco. O livro Harmonia para guitarras: um caminho pedagógico musical, de Ricardo Lopes, também será lançado em Penedo.
Dos cinco livros a serem publicados, Moreira chama atenção para o Dicionário Musical Língua Portuguesa, de autoria de Isaac Newton, cujas duas edições raras (1904/1908) integram o acervo da Fundação Casa do Penedo. “Das publicações deste ano, a mais significativa é o Dicionário Musical. É uma obra muito antiga, um livro importantíssimo para o selo Cemupe. Vamos editar um livro que, praticamente, estava extinto”, destaca o coordenador. Ele ressalta que a relevância da obra para o estudo da música não se restringe apenas ao Brasil, “mas se estende a todos os países de língua portuguesa”.
Mais sobre o selo Cemupe
O selo Cemupe foi criado em 2018 e representa o grupo de pesquisa e o Centro de Musicologia de Penedo, laboratório que está sendo implantado na referida cidade. A expectativa é de que o selo passe a publicar uma média de cinco livros por ano.
O primeiro lançamento foi o livro O dobrado 16 de setembro, do maestro Aquino Costa Japiassú. “Ele foi o maestro que, junto com Gustavo Paiva, criou a filarmônica feminina de 1936. A obra é uma coletânea, um livro organizado, e que deu início ao selo Cemupe”, informa Moreira.
Ele conta que o selo só ficou efetivo em 2021, a partir de uma parceria com a editora Pimenta Cultural, situada em São Paulo. “É uma editora de renome nacional e tem uma lista de pareceristas importantes no país. Vai gerar muita produção para Alagoas, em parceria com Ufal e o Cemupe”, ressalta.
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