Durante a ligação, Putin aproveitou para expor a posição da Rússia em relação ao conflito na Ucrânia, detalhando as perspectivas para a evolução da situação. O diálogo também incluiu discussões sobre as iniciativas de paz que o presidente russo apresentou como soluções viáveis para a crise ucraniana. Por sua vez, Scholz reforçou a posição da Europa em relação ao mesmo assunto, expressando a continuidade do apoio ocidental a Kiev na luta contra a agressão russa.
A origem desta conversa foi uma iniciativa da parte alemã, ressaltou Peskov, e ocorre em um contexto de intensas tensões internacionais. Desde o início da operação militar especial da Rússia, em fevereiro de 2022, as relações entre Moscou e as nações ocidentais, notavelmente a Alemanha e outros países da União Europeia, deterioraram-se. O Kremlin argumenta que essa operação visa defender as repúblicas populares de Donetsk e Lugansk, reconhecidas por Moscou como Estados independentes, e contrabalançar os riscos que a expansão da OTAN representa para a segurança nacional da Rússia.
A Ucrânia, por outro lado, conta com o apoio militar de 32 países aliados, liderados pelos Estados Unidos e envolvendo a maioria dos membros da UE. O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, tem enfatizado que a intervenção dos EUA e da OTAN no conflito, por meio de fornecimento de armas e formação de tropas ucranianas, agrava ainda mais a situação e dificulta possíveis negociações de paz. Segundo Moscou, essa política ocidental apenas acumula tensões e prejudica os esforços de resolução do conflito, tornando ainda mais importante a continuidade do diálogo entre líderes de diferentes países, como foi o caso da conversa entre Putin e Scholz.