Kim Yo-jong: A ascensão da mulher mais poderosa da Coreia do Norte e seu papel incerto na sucessão do poder

A mensagem de Kim Yo-jong no livro de honra dos Jogos Olímpicos de Inverno de Pyeongchang, em 2018, foi vista como um símbolo de esperança para a paz na Península Coreana. Naquela ocasião, a irmã do líder norte-coreano Kim Jong-un atraiu a atenção do mundo, recebendo elogios por sua elegância e, inclusive, desafiando o então vice-presidente dos EUA, Mike Pence. No entanto, cinco anos depois, a esperança de paz na região é considerada uma ilusão por muitos.

Em seu livro “The Sister: The extraordinary story of Kim Yo Jong, the most powerful woman in North Korea” (“A Irmã: a extraordinária história de Kim Yo-jong, a mulher mais poderosa da Coreia do Norte”), o pesquisador Sung-yoon Lee busca preencher algumas lacunas na história de Kim Yo-jong. Ele descreve a ascensão da família Kim ao poder, desde a guerrilha contra a ocupação japonesa até a consolidação do regime na Coreia do Norte. O livro pode ser uma porta de entrada para aqueles que desejam conhecer melhor o regime norte-coreano.

No entanto, para quem esperava detalhes inéditos sobre a vida de Kim Yo-jong, a obra pode ser frustrante. Diferentemente de relatos anteriores, que retratavam o estilo de vida extravagante do “Querido Líder” Kim Jong-il, não há histórias reveladoras sobre a irmã mais nova de Kim Jong-un. Além disso, há poucas informações sobre seu tempo de estudo na Suíça, onde ela usava o nome de Pak Mi-hyang.

O enfoque do livro de Sung-yoon Lee está na construção pública da imagem de Kim Yo-jong como uma líder poderosa dentro do regime norte-coreano. Ele descreve sua ascensão desde sua primeira aparição pública até sua visita histórica aos Jogos Olímpicos de Inverno em 2018, quando ela entregou um convite para o líder sul-coreano Moon Jae-in visitar Pyongyang. No entanto, apesar das esperanças geradas, a paz não se concretizou nem nos encontros entre Kim Jong-un e Donald Trump.

Yo-jong também é figura central na máquina de propaganda do regime, sendo responsável pelo Departamento de Propaganda e Agitação. Suas declarações explosivas e sua linguagem agressiva chamam a atenção da imprensa local e estrangeira. No entanto, sua posição como sucessora de Kim Jong-un ainda é incerta.

Recentemente, outra figura importante surgiu na história: Kim Ju-ae, filha de Kim Jong-un, começou a acompanhá-lo em eventos oficiais. Especula-se que ela possa ser a primeira mulher a comandar a Coreia do Norte, mas a incerteza ainda paira sobre o futuro político do país.

Em suma, “The Sister” é um livro que busca preencher algumas das lacunas na história de Kim Yo-jong e sua ascensão na Coreia do Norte. Embora possa não fornecer detalhes inéditos sobre sua vida, é uma leitura interessante para aqueles que desejam entender melhor o regime norte-coreano e as dinâmicas de poder dentro dele. No entanto, a questão sobre a sucessão de Kim Jong-un ainda permanece em aberto.

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