Khaled El-Enany é nomeado novo diretor-geral da UNESCO em meio a desafios financeiros e política de saída dos Estados Unidos da organização.

Na última segunda-feira, 6 de outubro, o Conselho Executivo da Unesco elegeu Khaled El-Enany, um renomado egípcio e ex-ministro do Turismo e das Antiguidades, como o novo diretor-geral da organização. Sua nomeação ocorre em um contexto delicado, cheio de desafios, especialmente após a saída dos Estados Unidos, que almejam deixar a organização até o final de 2026, em um movimento que representa uma significativa redução no orçamento da Unesco.

A eleição de El-Enany, que obteve 55 votos contra apenas dois do economista congolês Firmin Edouard Matoko, marca um momento histórico, pois ele é o primeiro árabe e o segundo africano a assumir a liderança da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura. Em uma entrevista exclusiva, o novo diretor-geral destacou que esta conquista é o resultado de uma carreira focada na educação, na pesquisa científica e na preservação do patrimônio cultural, enfatizando a importância dessas áreas em sua trajetória.

Aos 54 anos, El-Enany tomará as rédeas da Unesco durante um período marcado por crises políticas e econômicas. Desde a saída de Israel em 2017, a Nicarágua também anunciou sua retirada sob a alegação de insatisfação com a organização, e os Estados Unidos justificaram a sua saída devido a questões relacionadas à parcialidade da Unesco em relação a Israel e à promoção de causas que, segundo eles, geram divisões.

El-Enany expressou sua determinação em trabalhar para reintegrar os Estados Unidos à Unesco, seguindo o exemplo de sua antecessora, Audrey Azoulay. No entanto, ele assegurou que não dependerá exclusivamente do apoio americano para executar sua missão. Com uma experiência consolidada em parcerias com o setor privado, El-Enany propôs explorar essa via para mobilizar recursos, enfatizando a necessidade de atrair novos doadores e fortalecer o apoio dos membros existentes.

Sobre a questão da politização da Unesco, El-Enany se mostrou firme em seu compromisso com a imparcialidade, afirmando que seu objetivo não é favorecer um grupo em detrimento de outro. Ele reforçou sua visão para a Unesco, utilizando o lema “a Unesco para os povos”, com a ambição de fazer da organização um agente de transformação na vida das pessoas, ultrapassando as fronteiras do patrimônio cultural e contribuindo para a educação e a ciência em todo o mundo.

Sair da versão mobile