JUSTIÇA – “Tribunal do Rio ouve testemunhas em caso da execução de contraventor Fernando Iggnacio; Rogério de Andrade e ex-PM são acusados do crime”

Na última quinta-feira, a 1ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro promoveu uma audiência crucial no processo envolvendo a morte do contraventor Fernando Iggnacio, assassinado com tiros de fuzil em 10 de novembro de 2020. O crime ocorreu no estacionamento de um heliponto localizado no Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste da cidade, enquanto Iggnacio retornava de sua tradicional viagem de fim de semana em Angra dos Reis, litoral fluminense.

Um dos principais réus, Rogério de Andrade, acusado de ser o mandante do crime, participou da audiência por videoconferência a partir de um presídio federal de segurança máxima em Campo Grande, Mato Grosso do Sul. O outro acusado, o ex-policial militar Gilmar Eneas Lisboa, que teria monitorado Iggnacio antes do atentado, acompanhou os depoimentos diretamente no fórum do Rio de Janeiro.

Fernando Iggnacio e Rogério de Andrade eram, respectivamente, genro e sobrinho de Castor de Andrade, um dos mais notórios contraventores do Rio, falecido em 1997. A morte de Castor intensificou os conflitos pelo controle do jogo do bicho e das máquinas caça-níqueis na região, resultando na morte de mais de 50 pessoas dentro desse contexto de violência criminosa.

Durante a audiência, foram ouvidas diversas testemunhas, incluindo o policial civil Luciano Konig Diniz, que fez parte da análise de dados eletrônicos coletados pela polícia. Outro membro do Grupo de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o policial Pedro Policarpo, também prestou esclarecimentos sobre essas evidências. Ao todo, cinco testemunhas foram chamadas a depor, entre as quais se destacam um delegado de polícia e funcionários da empresa Heli-Rio Táxi Aéreo, que estavam diretamente relacionados ao transporte de Iggnacio.

Após os depoimentos, a juíza aceitou um pedido da defesa de Rogério Andrade para que fosse realizada uma perícia em um celular apreendido com Márcio Araujo de Souza, um suspeito de ter contratado os executores do crime. Este celular contém, segundo solicitações da defesa, arquivos com imagens que poderiam incluir conversas por meio de um aplicativo de mensagens. A expectativa agora é que a conclusão dessa perícia leve à próxima etapa do processo, que é o interrogatório dos réus.

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