O ex-chefe da Aeronáutica foi questionado sobre as declarações de Freire Gomes, que teria negado ter afirmado a possibilidade de prisão. Baptista Júnior, no entanto, reiterou que o alerta foi feito de forma educada, mas com clareza: “Se fizer isso, vou ter que te prender”. Esse diálogo ocorreu em uma reunião em novembro de 2022, no Palácio da Alvorada, onde líderes militares e o então presidente discutiram a situação política do país.
As revelações de Baptista Júnior não pararam por aí. Ele também mencionou que, em uma reunião com o então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, foi apresentada uma minuta que sugeria que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, não tomasse posse. O ex-comandante da FAB expressou sua indignação, afirmando que não aceitava aquele documento e rapidamente deixou a reunião.
Além disso, Baptista Júnior confirmou que, nas discussões internas das Forças Armadas, houve menções à possibilidade de prender autoridades, o que sugere um clima de tensão e descontentamento em relação ao resultado eleitoral. Ele acrescentou que não vê contradições em seus relatos e os de Freire Gomes, pois ambos indicam um alerta claro ao ex-presidente.
Por fim, ao ser questionado sobre o motivo pelo qual o plano golpista não teve sucesso, Baptista Júnior enfatizou a falta de consenso entre os militares. Em sua última declaração, ele retificou sua posição sobre a participação do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, nas reuniões, afirmando que não tinha certeza de sua presença.
O caso, que envolve a análise de testemunhas e documentos, está se desenrolando em um ambiente de grande expectativa, com novas audiências programadas para os dias seguintes. As implicações políticas e legais deste depoimento são vastas e poderão repercutir na dinâmica do cenário político brasileiro.