JUSTIÇA – Teste de Lealdade Militar: Ex-Comandante da FAB Revela Ameaça de Prisão a Bolsonaro em Caso de Golpe Após Eleições de 2022



Em um desdobramento surpreendente de depoimentos sobre uma tentativa de golpe no Brasil, o ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), Carlos de Almeida Baptista Júnior, corroborou informações de que o ex-comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, teria alertado o ex-presidente Jair Bolsonaro sobre possíveis consequências legais, incluindo prisão, caso ele tentasse se manter no poder após sua derrota nas eleições de 2022. Baptista Júnior prestou seu depoimento como testemunha no âmbito de uma ação penal que investiga um esquema golpista que teria sido arquitetado durante o governo Bolsonaro, conforme a Procuradoria-Geral da República (PGR).

O ex-chefe da Aeronáutica foi questionado sobre as declarações de Freire Gomes, que teria negado ter afirmado a possibilidade de prisão. Baptista Júnior, no entanto, reiterou que o alerta foi feito de forma educada, mas com clareza: “Se fizer isso, vou ter que te prender”. Esse diálogo ocorreu em uma reunião em novembro de 2022, no Palácio da Alvorada, onde líderes militares e o então presidente discutiram a situação política do país.

As revelações de Baptista Júnior não pararam por aí. Ele também mencionou que, em uma reunião com o então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, foi apresentada uma minuta que sugeria que o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, não tomasse posse. O ex-comandante da FAB expressou sua indignação, afirmando que não aceitava aquele documento e rapidamente deixou a reunião.

Além disso, Baptista Júnior confirmou que, nas discussões internas das Forças Armadas, houve menções à possibilidade de prender autoridades, o que sugere um clima de tensão e descontentamento em relação ao resultado eleitoral. Ele acrescentou que não vê contradições em seus relatos e os de Freire Gomes, pois ambos indicam um alerta claro ao ex-presidente.

Por fim, ao ser questionado sobre o motivo pelo qual o plano golpista não teve sucesso, Baptista Júnior enfatizou a falta de consenso entre os militares. Em sua última declaração, ele retificou sua posição sobre a participação do ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, nas reuniões, afirmando que não tinha certeza de sua presença.

O caso, que envolve a análise de testemunhas e documentos, está se desenrolando em um ambiente de grande expectativa, com novas audiências programadas para os dias seguintes. As implicações políticas e legais deste depoimento são vastas e poderão repercutir na dinâmica do cenário político brasileiro.

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