JUSTIÇA – Tenente-Coronel Mauro Cid Confirma Envolvimento em Trama Golpista e Enfrenta General Braga Netto em Acareação no STF

Na manhã desta terça-feira, 24 de outubro, o tenente-coronel Mauro Cid reafirmou suas declarações feitas em delação premiada sobre um suposto plano golpista que ocorreu durante a administração do ex-presidente Jair Bolsonaro. O depoimento foi prestado no âmbito de uma acareação no Supremo Tribunal Federal (STF), onde Cid se encontrou com o general Walter Braga Netto, um dos réus da ação penal que investiga a tentativa de manter Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições de 2022.

O encontro, que durou mais de uma hora e meia, foi conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, responsável pela relatoria do caso. Apesar de a audiência ter sido fechada ao público, o STF divulgou a ata da sessão, permitindo o acompanhamento dos advogados de ambos os envolvidos, assim como do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que é o autor da denúncia relacionada ao caso. A audiência não foi gravada, mas os relatos e defesas dos acusados foram documentados.

Cid e Braga Netto, ambos militares, enfrentaram-se após a defesa do ex-ministro da Defesa e da Casa Civil solicitar a acareação. Braga Netto acusou Cid de ter mentido em suas declarações, uma acusação que é comum em procedimentos dessa natureza. O objetivo das acareações é permitir que versões conflitantes sejam confrontadas e que o juiz responsável pela investigação possa questionar os envolvidos sobre as inconsistências apresentadas.

Durante sua declaração, Cid negou ter sofrido qualquer tipo de pressão da Polícia Federal para relatar os detalhes do plano golpista. As declarações de Cid têm um peso significativo, pois ele foi ajudante de ordens de Bolsonaro e suas revelações podem ter implicações diretas no entendimento da situação política do país.

Em relação a Braga Netto, vale destacar que o ex-ministro está preso desde dezembro do ano passado, enfrentando acusações de obstrução de Justiça no escopo das investigações sobre a tentativa de golpe.

Logo após a acareação entre Cid e Braga Netto, o tribunal conduziu uma nova sessão, envolvendo o ex-ministro da Justiça, Anderson Torres, e o ex-comandante do Exército, general Freire Gomes. A defesa de Torres solicitou esta segunda acareação, destacando a importância de esclarecer pontos fundamentais do depoimento de Freire, que, embora não seja réu, é uma testemunha crucial para o processo. A audiência relacionada também se estendeu por cerca de uma hora, reforçando o compromisso da Justiça em desvendar os desdobramentos dessa complexa trama que marcou o fim do governo Bolsonaro e suas repercussões na política brasileira.

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