No interrogatório conduzido pelo ministro Alexandre de Moraes, responsável por relatar o caso, Cid admitiu não saber a quantia exata que recebeu na sacola, mas insinuou que o dinheiro poderia ser vinculado ao suporte financeiro que mantinha os protestos de apoiadores de Bolsonaro em frente aos quartéis do Exército após as eleições de 2022. Ele comentou que, pela percepção que tinham nas manifestações, parecia que o agronegócio estava envolvido no financiamento.
Essas declarações trouxeram à tona a relação que Cid e Braga Netto tinham com as movimentações de apoiadores de Bolsonaro. O general, que se encontra preso desde dezembro do ano passado sob acusações de obstruir investigações, seria a principal fonte de informações sobre os manifestantes em frente aos quartéis, de acordo com Cid.
O ex-ajudante de ordens também foi questionado por sua defesa acerca da falta de menção ao recebimento do dinheiro em seus depoimentos anteriores à Polícia Federal. Cid justificou que não considerava aquela atitude uma anomalia no contexto das manifestações, afirmando que não via como uma hipótese criminal. Entretanto, admitiu que, à medida que as investigações evoluíam, percebeu que o dinheiro poderia ter um intuito mais nefasto do que inicialmente supunha.
Os interrogatórios estão programados para continuar ao longo desta semana, incluindo a presença do ex-presidente Jair Bolsonaro e seis outros réus implicados no caso. A situação se agrava à medida que novos detalhes emergem, revelando a complexidade e a gravidade das relações entre os militares e as movimentações políticas ao redor das eleições recententes no Brasil. A história ainda está em desenvolvimento e novos desdobramentos são aguardados.