JUSTIÇA – Tenente-coronel Azevedo se nega a responder perguntas em interrogatório no STF sobre acusações de participação em plano golpista contra o Judiciário.

Nesta segunda-feira, 28 de outubro, o tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo, integrante do grupamento de forças especiais do Exército, conhecido como “kids pretos”, se recusou a responder às perguntas da acusação durante um interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF). Este militar está preso há oito meses, sendo um dos réus do Núcleo 3 das denúncias apresentadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O interrogatório foi conduzido pelo juiz Rafael Tamai, auxiliar do ministro Alexandre de Moraes, responsável pelas investigações relacionadas a um suposto plano golpista.

Azevedo é acusado de ter participado de uma ação clandestina em 15 de dezembro de 2022, que envolveu o monitoramento de Alexandre de Moraes. Durante as investigações, sua identificação foi associada ao codinome “Brasil” em mensagens interceptadas por autoridades. Essas mensagens foram localizadas em um celular que, conforme os registros, foi posteriormente reabilitado em seu nome.

Durante a audiência, realizada por videoconferência, o tenente-coronel limitou-se a responder às perguntas do juiz e de sua defesa, reiterando a sua negação quanto à participação em atividades ilegais e ao monitoramento da rotina do ministro Moraes. Azevedo argumentou que, na época dos acontecimentos, estava em férias com a família na Espanha e, por isso, não estaria envolvido nas alegações feitas contra ele.

Ainda, o militar sustentou que não existem provas concretas que respaldem as acusações, referindo-se a um erro da Polícia Federal. Ele declarou que a alegação de sua implicação deve-se a informações incorretas que teriam sido apresentadas à Justiça. “Estou sendo indevidamente acusado por um erro da Polícia Federal”, disse Azevedo.

No âmbito da investigação, o STF interrogou, além de Azevedo, outros nove militares e um policial federal. Esses acusados têm ligações com o Batalhão de Forças Especiais e enfrentam denúncias de planejarem táticas possíveis para a execução do suposto golpe. Entre os outros réus estão oficiais de alta patente, como coronéis e generais, todos acusados de conspirar em plano que envolvia monitoramento de figuras proeminentes do governo, como o próprio presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A escolha de permanecer em silêncio em algumas situações durante o interrogatório é um direito garantido a réus, permitindo que eles possam optar por não se comprometer nas respostas aos representantes da acusação. A audiência refletiu a complexidade e a seriedade das acusações que estão em curso nas instâncias superiores do Judiciário brasileiro.

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