JUSTIÇA – Supremo Tribunal Federal vão decidir sobre licença-maternidade para homens de uniões homoafetivas, estabelecendo precedente importante para igualdade de direitos.

Na última quinta-feira, o Supremo Tribunal Federal (STF) tomou uma decisão unânime ao decidir que irá avaliar a validade da concessão de licença-maternidade a homens que fazem parte de uniões homoafetivas. Este assunto, que tem gerado debates intensos na sociedade, foi considerado relevante o suficiente para que o tribunal reconhecesse a repercussão geral do caso. Isso significa que a decisão que será tomada pelo STF deverá ser respeitada por todos os âmbitos do Judiciário e aplicada em território nacional.

A questão chegou até a Suprema Corte brasileira através de um recurso de um servidor público que solicitou a licença-maternidade de 120 dias após, ele e seu parceiro adotarem uma criança. No entanto, esse pedido foi negado pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, que alegou que não há uma previsão legal explícita que conceda tal direito a homens em uniões homoafetivas.

Durante a votação virtual, o presidente do STF, ministro Edson Fachin, ressaltou que o tribunal já havia tomado decisões favoráveis em casos semelhantes, incluindo a concessão de licença-maternidade para pais solo e mulheres em uniões homoafetivas. Fachin mencionou precedentes que fundamentam essa nova análise, como os temas 1.072 e 1.182, além de uma omissão inconstitucional reconhecida na ADO 20, que diz respeito à licença-paternidade.

A escolha do STF de aceitar o caso para julgamento reflete a crescente necessidade de revisar e ampliar as nossas compreensões sobre os direitos de todas as formas de família na sociedade contemporânea. Tal análise não apenas alinha a legislação à realidade social, mas também busca garantir uma aplicação uniforme dos direitos constitucionais em relação a questões de género e direitos parentais.

Ainda não há uma data definida para que a decisão final seja proferida, mas a expectativa é de que o julgamento traga um avanço significativo para a discussão da igualdade de direitos nas relações familiares, especialmente para casais do mesmo sexo. A sociedade aguarda ansiosamente por essa deliberação, que poderá ter um impacto profundo sobre as políticas de licença parental no Brasil.

Sair da versão mobile