JUSTIÇA – Supremo Tribunal Federal retoma julgamento que pode condenar Jair Bolsonaro e aliados por tentativa de golpe e crimes contra o Estado Democrático de Direito.

Na terça-feira, 9 de outubro, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) reiniciará o julgamento que pode resultar na condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro e de mais sete de seus aliados por supostos envolvimentos em uma trama golpista, que buscava anular os resultados das eleições de 2022. Este caso figura como um dos mais emblemáticos da atualidade, trazendo à tona fragilidades na democracia brasileira.

A sessão foi iniciada na semana passada com as sustentações orais das defesas, além da manifestação do procurador-geral da República, Paulo Gonet, que se posicionou a favor da condenação dos réus. Com a votação prevista para começar na terça, as datas dos dias 10, 11 e 12 de setembro também foram reservadas para a finalização do julgamento, que promete atrair ampla atenção da sociedade e da mídia.

Os acusados são investigados por suposta participação no planejamento de atos violentos, incluindo o caso denominado “Punhal Verde e Amarelo”, que teria como alvo figuras proeminentes do cenário político, como o ministro Alexandre de Moraes e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, além do vice-presidente Geraldo Alckmin. Os documentos da denúncia incluem uma chamada “minuta do golpe”, que, conforme alegado, foi elaborada com o conhecimento de Bolsonaro e pretendia viabilizar a decretação de medidas extremas para reverter os resultados das eleições.

Entre os réus, além do ex-presidente, encontramos personalidades como Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência, e Anderson Torres, ex-ministro da Justiça. Todos são acusados de sérios crimes, incluindo organização criminosa armada e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito. No caso específico de Ramagem, ele se beneficia de uma suspensão parcial das acusações, devido ao seu atual status como deputado federal.

O relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, abrirá a sessão e orientará a análise das questões preliminares que podem impactar o julgamento. Após sua manifestação, a votação seguirá com os demais ministros da turma, sendo que a decisão requer a maioria de três votos entre cinco para determinar a condenação ou absolvição dos réus.

Se condenados, os réus não enfrentarão imediata prisão; a execução da pena será avaliada somente após a apresentação e análise dos recursos cabíveis. Os condenados poderão recorrer de sua decisão, buscando esclarecer pontos do julgamento ou até mesmo solicitar um novo exame do caso. A definição precisa do futuro jurídico desses acusados poderá impactar o cenário político e social brasileiro nas próximas etapas dos acontecimentos.

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