A movimentação no STF se deu após a aposentadoria antecipada do ministro Luís Roberto Barroso, o que resultou na abertura de uma vaga na Segunda Turma. Se Barroso tivesse permanecido, ele ocuparia exatamente esse lugar, reforçando ainda mais a importância da vacância neste contexto.
Com a saída de Fux, a Primeira Turma agora conta apenas com quatro ministros: Alexandre de Moraes, que atua como relator, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Flávio Dino. A quinta posição da turma somente será preenchida quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nomear um novo ministro para a vaga deixada por Barroso.
A composição da Segunda Turma é formada pelos ministros André Mendonça, Nunes Marques, Gilmar Mendes e Dias Toffoli. A mudança ocorre em um momento em que Fux fez votos pela absolvição de figuras-chave, como o ex-presidente Jair Bolsonaro e o general Braga Netto, além de outros réus envolvidos no núcleo de desinformação da trama.
Com a alteração, os julgamentos dos recursos de Bolsonaro e dos demais acusados do núcleo de desinformação agora serão decididos unicamente por quatro ministros da Primeira Turma. Até o momento, o STF já condenou 15 réus relacionados à investigação da trama golpista, sendo que a Corte já havia apenado outros oito acusados pertinentes ao Núcleo 1, que tem Bolsonaro como um de seus líderes.
Além disso, já estão agendados os julgamentos dos núcleos 3 e 2 para os dias 11 de novembro e 9 de dezembro, respectivamente. Um dos réus do Núcleo 5, o empresário Paulo Figueiredo, neto do ex-presidente da ditadura João Figueiredo, está nos Estados Unidos e não apresentou defesa, e seu julgamento ainda não tem data prevista.
Esses desdobramentos no STF refletem uma fase de intensas disputas jurídicas que podem moldar o futuro político e judicial do Brasil.