JUSTIÇA – Supremo Tribunal Federal Libera Gravações de Depoimentos na Investigação sobre Tentativa de Golpe de Jair Bolsonaro e Acusações de Trama Criminosa



Na manhã desta terça-feira, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), anunciou a decisão de levantar o sigilo das gravações referentes aos depoimentos de 52 testemunhas envolvidos no núcleo central da investigação da pretensa trama golpista. A fase de depoimentos, que teve início em 19 de maio, chegou ao fim nesta segunda-feira, e a liberação das gravações permitirá que o público tenha acesso a informações cruciais sobre o caso.

Durante o período das audiências, a veiculação dos depoimentos foi restrita, com o objetivo de evitar eventuais combinações de versões entre as testemunhas. Agora, com os áudios e vídeos disponíveis, será possível observar os detalhes das declarações. As evidências apresentadas até o momento incluem testemunhos que implicam o ex-presidente Jair Bolsonaro na elaboração de estudos jurídicos para a potencial decretação de um Estado de Sítio, bem como ações relacionadas à Garantia da Lei e da Ordem (GLO).

Por outro lado, as testemunhas que compõem a defesa de Bolsonaro e de outros réus desqualificaram as acusações, negando qualquer participação dos acusados em tentativas golpistas e alegando que Bolsonaro não solicitou os estudos mencionados. Durante os depoimentos, um episódio ganhou destaque: o general Marco Antônio Freire Gomes foi confrontado por Moraes ao tentar minimamente distorcer declarações do ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, que teria supostamente oferecido apoio para ações golpistas.

Além disso, a audiência de 21 de maio revelou que o ex-comandante da Aeronáutica, Baptista Júnior, confirmou a ocorrência de uma reunião na qual foram discutidos os mecanismos para a declaração de estado de sítio. Também foi mencionado que Freire Gomes teria se comprometido a prender Bolsonaro caso essas medidas fossem efetivadas, uma afirmação que o general negou posteriormente.

As tensões no tribunal foram evidentes, com Moraes aplicando advertências a testemunhas e advogados em alguns momentos, destacando que não toleraria qualquer forma de ‘circo’ nas audiências. Em meio a isso, o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que depôs como testemunha de defesa, assegurou que Bolsonaro nunca teria mencionado a ideia de ruptura institucional em conversas com ele.

Com o desfecho da fase inicial de depoimentos, os interrogatórios dos réus, incluindo Jair Bolsonaro, estão agendados para 9 de junho, onde se espera que definições importantes sobre as acusações sejam postas em pauta. Os principais réus enfrentam acusações severas, podendo resultar em penas superiores a 30 anos de detenção, caso sejam considerados culpados. A expectativa é que o julgamento ocorra ainda este ano, trazendo mais clareza a um caso que tem capturado a atenção da sociedade brasileira.

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