O ministro Gilmar Mendes, relator do caso, abriu os debates destacando a importância da audiência para trazer informações relevantes ao julgamento posterior pela Corte. A data da decisão ainda não foi definida, mas Mendes enfatizou que a realização da audiência pública contribuirá para a análise da política pública em questão em relação aos direitos fundamentais citados nos autos.
É evidente que o tema em discussão envolve uma questão jurídica de grande relevância, conforme apontado pelo ministro Mendes. A coleta de dados e argumentos especializados permitirá que o STF avalie com mais segurança os aspectos envolvidos na aplicação da norma impugnada, à luz dos princípios constitucionais da liberdade de aprendizagem, ensino e pesquisa.
A audiência foi convocada no contexto de uma ação direta de inconstitucionalidade movida pelo Psol contra o modelo de escolas cívico-militares de São Paulo, que também é contestado pela bancada estadual do PT. A iniciativa do governo paulista de criar essas escolas foi sancionada pelo governador, Tarcísio de Freitas, em maio deste ano.
O Psol argumenta que a intenção do governo paulista é substituir o sistema público de educação, opondo-se à coexistência dos dois modelos, como sustenta o governo. Em junho, a Advocacia-Geral da União (AGU) emitiu um parecer favorável à inconstitucionalidade do modelo, alegando que os estados não podem instituir um sistema educacional que não esteja previsto na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, e que a Constituição não autoriza militares a exercer funções de ensino ou apoio escolar.
O debate em curso no STF certamente é de grande importância para a definição dos rumos das escolas cívico-militares em São Paulo e para a garantia dos princípios constitucionais relacionados à educação no país. A decisão da Corte se baseará nas informações colhidas durante a audiência pública e nos argumentos apresentados pelas partes envolvidas.