JUSTIÇA – Supremo Tribunal Federal determina soltura de Rodrigo Bacellar, mas deputado continua afastado e sujeito a medidas cautelares após votação na Alerj.

Na manhã desta terça-feira (9), o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tomou a decisão de expedir um mandado de soltura em relação ao presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar, pertencente ao União Brasil. A deliberação ocorre após a Alerj notificar Moraes sobre uma votação em que os parlamentares decidiram derrubar a prisão do deputado, imposta pelo próprio ministro na semana anterior.

A decisão da Alerj, que é fundamentada na Constituição, reflete o princípio de que, quando a Justiça determina a prisão de um deputado federal ou estadual, é necessário que essa medida seja ratificada pela respectiva Casa Legislativa. Isso significa que a autonomia do Parlamento é respeitada, assegurando que as decisões judiciais sejam monitoradas por um organismo democrático.

Embora Bacellar tenha conseguido a liberdade, sua situação ainda impõe restrições significativas. O ministro determinou que, mesmo solto, o presidente da Alerj permaneça afastado de suas funções, além de cumprir uma série de medidas cautelares. Entre estas, estão o uso de tornozeleira eletrônica, recolhimento domiciliar, proibição de comunicação com outros envolvidos na investigação, suspensão do porte de armas e a obrigatoriedade de entrega dos passaportes.

A investigação, conduzida pela Polícia Federal (PF), está centrada no suposto vazamento de informações sigilosas referentes a um caso que envolve o deputado estadual TH Joias. Este aspecto levanta a importância do manejo de dados sensíveis dentro dos processos judiciais e legislativos, o que provoca questionamentos sobre a ética e a responsabilidade dos representantes.

A movimentação em torno do caso Bacellar evidencia um momento delicado na política carioca, refletindo não apenas as complexidades do sistema judiciário brasileiro, mas também as relações entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. O desfecho dessa questão deverá ser observado atentamente, já que o clima de tensão política pode impactar tanto a governabilidade quanto a confiança da população nas instituições.

Sair da versão mobile