Na manhã de ontem, o relator do caso, o ministro Alexandre de Moraes, expressou seu voto favorável à condenação de todos os réus. Ele imputou a eles a prática de crimes graves, como organização criminosa armada e a tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Para sustentar sua posição, Moraes apresentou uma série de slides, detalhando 13 ações que, segundo ele, evidenciam o envolvimento dos réus em um plano golpista. A sua argumentação enfatizou a certeza da ocorrência de uma tentativa de golpe, especialmente em referência aos eventos de 8 de janeiro de 2023, quando apoiadores de Bolsonaro invadiram e vandalizaram os prédios dos Três Poderes.
No turno da tarde, o ministro Flávio Dino também votou pela condenação. Sua análise se aprofundou na participação de cada acusado, e ele deixou claro que considerava haver atos executórios que confirmavam a tentativa de golpe. Dino destacou que, embora proponha penas mais severas para Bolsonaro e o general Braga Netto, que ele considera lideranças do movimento, pretende sugerir penas mais brandas para outros réus, como o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, e os generais Augusto Heleno e Paulo Sérgio.
O julgamento teve início na semana anterior, quando as defesas de Bolsonaro e dos demais réus foram ouvidas, juntamente com a manifestação do procurador-geral da República, que também se posicionou a favor da condenação. Após os votos do relator e do ministro Flávio Dino, a sessão foi suspensa e está agendada para ser retomada amanhã, quando os ministros Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin devem emitir seus votos.
Ainda não foi definido o tempo de pena que os réus poderão enfrentar, mas especula-se que, caso sejam condenados, as sanções podem ultrapassar os 30 anos de reclusão em regime fechado. O cenário político e jurídico continua a se desdobrar à medida que o Brasil aguarda a conclusão desse julgamento de repercussão nacional.