JUSTIÇA – Supremo Tribunal Federal autoriza soltura de Gilson Machado, ex-ministro do Turismo, após prisão por suspeita de envolvimento em esquema de passaporte português.

Na manhã desta sexta-feira, o ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, foi libertado após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). A determinação foi emitida após Machado ter sido preso no Recife, acusado de supostamente tentar facilitar a emissão de um passaporte português para o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro. Cid é um delator nas investigações que envolvem um suposto esquema golpista relacionado aos eventos que ocorreram em janeiro deste ano.

O advogado de Gilson Machado, Célio Avelino, confirmou que o mandado de soltura já foi expedido e que o ex-ministro deve ser liberado em breve. Contudo, a decisão não absolve Machado de sua responsabilidade. Em vez de permanecer em prisão, ele será submetido a medidas cautelares que incluem a obrigatoriedade de se apresentar periodicamente à Justiça, a suspensão de seu passaporte, além de restrições quanto a viagens ao exterior e a proibição de contatos com outros investigados no caso.

Nesta mesma manhã, Mauro Cid prestou depoimento à Polícia Federal, onde negou qualquer intenção de deixar o país. As investigações revelam que, no mês passado, sua família embarcou para os Estados Unidos, levantando suspeitas sobre suas reais intenções.

O ministro Alexandre de Moraes havia anteriormente exigido esclarecimentos de Cid acerca da tentativa de obtenção de um passaporte português. Segundo as informações divulgadas por sua defesa, o pedido de cidadania foi protocolado em 11 de janeiro de 2023, logo após os tumultos ocorridos em 8 de janeiro. O advogado Cesar Bittencourt enfatizou que a solicitação foi feita “única e exclusivamente” devido ao fato de que as esposa e filhas de Cid já possuíam a cidadania portuguesa. Bittencourt também informou que a carteira de identidade portuguesa foi emitida e está prevista para ser enviada em 2024, afirmando que esse documento é meramente uma forma de identificação com validade no país europeu.

As repercussões dessa decisão judicial ainda devem ecoar nas investigações que estão sendo conduzidas, especialmente no que tange à relação entre as movimentações políticas e as ações de oficiais militares durante o governo anterior. A pressão em torno da Câmara dos Deputados e do STF, em relação ao tratamento de figuras ligadas ao bolsonarismo, continua a ser um assunto de grande relevância no cenário político atual.

Sair da versão mobile