JUSTIÇA – Supremo autoriza prisão domiciliar para general Mário Fernandes prestar o Enem enquanto aguarda julgamento por envolvimento em trama golpista.

O ministro Alexandre de Moraes, integrante do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu autorização ao general Mário Fernandes para que ele saia da unidade prisional em que está detido, a fim de realizar suas provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). As datas das avaliações estão marcadas para os dias 9 e 16 de novembro. O general Fernandes, que se encontra preso desde novembro do ano anterior, está sendo investigado por sua suposta participação em uma conspiração golpista que visava a permanência do ex-presidente Jair Bolsonaro no poder após sua derrota nas eleições.

Fernandes, que já ocupou o cargo de chefe da Secretaria-Geral da Presidência, é identificado como o autor do denominado plano “Punhal Verde e Amarelo”. Esse plano, de acordo com as investigações, contemplava ações extremas como a tomada de poder e até o assassinato de autoridades. Ele figura como réu no núcleo 2 da referida trama, com o julgamento programado para acontecer em 9 de dezembro.

A decisão de Moraes foi proferida em resposta a um pedido da defesa do general. De acordo com a autorização, Fernandes poderá se deslocar apenas nos dias de aplicação do Enem até a Universidade de Brasília (UnB) para realizar os testes. O ministro ressaltou que a escolta policial deve ocorrer de maneira discreta, sem demonstrar ostensividade no uso de armamentos, garantindo a segurança durante o trajeto.

Os advogados de Fernandes fundamentaram seu pedido com o argumento de que o estudo e a realização do Enem representam um importante passo na trajetória de ressocialização do general. Além disso, destacaram que uma eventual aprovação nas provas poderia ser utilizada como um recurso para reduzir a pena caso ele venha a ser condenado pelo STF. Os advogados afirmaram que “a aprovação no exame autoriza a remição de pena, independentemente de o custodiado já ter concluído o ensino médio anteriormente”, evidenciando a relevância do acesso à educação no contexto da justiça penal.

Essa decisão do ministro moraes não apenas destaca um aspecto do sistema penal brasileiro, mas também levanta questões sobre a ressocialização de indivíduos envolvidos em crimes graves e a importância da educação no processo de reintegração social.

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