JUSTIÇA – STJ Anula Condenação de Acusado pelo Crime da 113 Sul, Após 15 Anos de Prisão e Irregularidades Processuais Identificadas na Investigação.

Nesta terça-feira, 14 de novembro, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) tomou uma decisão significativa ao anular a condenação de Francisco Mairlon Aguiar, envolvido no emblemático “Crime da 113 Sul”, que chocou Brasília há 16 anos. O evento trágico resultou na morte do advogado e ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) José Guilherme Villela, sua esposa, Maria Carvalho Villela, e a empregada da família, Francisca Nascimento da Silva, todos assassinados brutalmente em seu apartamento na Superquadra 113 Sul.

Francisco havia sido condenado em 2013 a uma pena de 55 anos de prisão pelo Tribunal do Júri, que depois foi reduzida para 47 anos em segunda instância. No entanto, com a recente decisão do STJ, o acusado, preso há cerca de 15 anos, será libertado imediatamente.

A anulação da condenação foi fundamentada em um recurso apresentado pela defesa de Francisco, que foi representada pela ONG Innocence Project Brasil, uma instituição dedicada à luta contra condenações injustas. O colegiado da Sexta Turma do STJ reconheceu que havia irregularidades processuais na condenação.

O relator do caso, ministro Sebastião Reis, destacou que a confissão de Francisco e as acusações feitas por outros réus não foram corroboradas por evidências concretas apresentadas no julgamento. O ministro enfatizou que é inaceitável que um indivíduo seja condenado unicamente com base em informações colhidas durante a fase investigativa, sem o respaldo de provas substanciais obtidas em tribunal, onde o contraditório poderia ser garantido.

Essa decisão se soma a eventos recentes envolvendo o caso. Apenas em setembro, o STJ já havia anulado a condenação de Adriana Villela, filha do casal assassinado, que havia recebido uma pena de 61 anos por supostamente ter sido a mandante do crime. A anulação das condenações de ambos os réus destaca um problema mais amplo na justiça penal, levantando questões sobre o devido processo legal e a importância de um julgamento justo. A expectativa agora gira em torno dos desdobramentos desse caso complexo e da busca por justiça em um crime que ainda deixa marcas profundas na sociedade.

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